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Ex-guarda de Auschwitz se desculpa em julgamento pela primeira vez

Um ex-guarda da polícia nazista, de 94 anos, julgado por cumplicidade em 170 mil assassinatos no campo de extermínio de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial, rompeu nesta sexta-feira (29) seu silêncio pela primeira vez para pedir desculpas às vítimas.

"Auschwitz foi um pesadelo. Queria nunca ter estado ali", disse o ex-policial durante julgamento na Alemanha.
"Auschwitz foi um pesadelo. Queria nunca ter estado ali", disse o ex-policial durante julgamento na Alemanha. REUTERS/Bernd Thissen/Pool
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"Permaneci em silêncio por toda a minha vida", disse Reinhold Hanning ao tribunal que o julga na cidade de Detmold, mais de 70 anos depois do fim da guerra. No 13° dia de seu julgamento, o acusado lamentou ter pertencido a uma organização criminosa responsável pela morte de inúmeras famílias e inocentes, segundo a agência alemã DPA.

"Sinto vergonha de ter deixado que esta injustiça ocorresse e de não ter feito nada para evitá-la (...) Lamento sinceramente", afirmou o acusado, que trabalhou do início de 1942 a junho de 1943 no campo de extermínio mais famoso do genocídio nazista.

Hanning entrou com 18 anos nas Waffen SS, e combateu nos Bálcãs e no front russo, até ser transferido a Auschwitz. Membro da unidade SS Totenkopf, permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou por vezes as chegadas a Birkenau (Auschwitz-II).

"Auschwitz foi um pesadelo”

Antes de romper o silêncio, os advogados do ex-policial leram ante o tribunal um depoimento de 23 páginas sobre a juventude e o envolvimento de seu cliente nos crimes. Nele, Hanning reconhece ter tido conhecimento das execuções em massa realizadas em Auschwitz.

O texto retrata o acusado como um jovem apolítico que não pôde fazer nada para impedir sua incorporação às SS. "Auschwitz foi um pesadelo. Queria nunca ter estado ali", conclui o texto.

Hanning deve ser condenado a 2 até 15 anos de prisão, uma pena meramente simbólica, diante de sua idade avançada.
 

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