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Linha Direta

Acordo em Conferência sobre a Líbia busca frear avanço do grupo EI

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O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, revelou nesta segunda-feira (14) que o grupo Estado Islâmico, já instalado na costa da Líbia, avança em direção ao interior do país, imerso no caos desde a queda do ditador Muammar Kadaffi, em 2011. Com as instituições em frangalhos e dois parlamentos rivais que governam à revelia um do outro a partir de cidades diferentes, o país se tornou o palco ideal para a proliferação dos jihadistas, enfraquecidos na Síria pelos ataques paralelos das coalizões comandadas pela Rússia e pelos Estados Unidos.

John Kerry, Secretário de Estado dos EUA (esq.), Paolo Gentiloni , Ministro italiano dos Negócios Estrangeiros (C) e Martin Kobler, enviado de ONU durante a conferência internacional no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Roma 13 de dezembro de 2015.
John Kerry, Secretário de Estado dos EUA (esq.), Paolo Gentiloni , Ministro italiano dos Negócios Estrangeiros (C) e Martin Kobler, enviado de ONU durante a conferência internacional no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Roma 13 de dezembro de 2015. REUTERS/Mandel Ngan/Pool
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma.

A ameaça de que a rica Líbia, dona da maior reserva de petróleo do continente africano, se torne a nova capital do grupo Estado Islâmico levou representantes das diversas facções em disputa no país a participar, neste domingo, de uma conferência em Roma, convocada pela Itália, pelos Estados Unidos e pela ONU. Ficou decidido que os parlamentos de Tobruk, reconhecido pela comunidade internacional, e de Trípoli, devem encerrar imediatamente as hostilidades e trabalhar pela constituição de um governo de união nacional, em um prazo de 40 dias.

Essa proposta chancela o acordo estabelecido na última sexta-feira em Túnis e, pela primeira vez, desponta como uma possibilidade real de tirar a Líbia da deriva política. Não porque as partes tenham de fato entrado em acordo, mas porque a unidade do país se tornou uma necessidade para enfrentar a ameaça jihadista; sobretudo à economia, como explica a correspondente da RFI Brasil em Roma, Gina Marques.

Risco de jihadistas se apoderarem de recursos naturais estimula acordo

"O que leva a crer neste acordo é a ameaça para ambas as partes líbias que o grupo Estado Islâmico tome conta dos tesouros da Líbia: petróleo e gás. Estima-se que a Líbia tenha uma reserva de 48 bilhões de barris de petróleo, a maior de toda a África. Nos tempos de Kadaffi, a produção de petróleo e de gás, junto com as reservas do Banco Central e do fundo soberano da Líbia, chegavam a render US$ 130 bilhões. Portanto, as facções em conflito se sentem ameaçadas economicamente pelo grupo Estado Islâmico", avalia.

Por isso, uma das prioridades da nova administração será a nomeação de um gabinete, incluindo chefes para o banco central e a companhia nacional de petróleo. "Em seguida", explica Marques, "seria iniciado o processo de mover o parlamento de Tobruk de volta para Trípoli, que vai ser a sede do governo central. Estima-se que haverá um período de transição de um ano para a nova Constituição líbia".

O acordo final para esse processo de reinstitucionalização da Líbia deve ser assinado nesta quarta-feira, no Marrocos. Para ouvir a íntegra do programa Linha Direta com a correspondente da RFI em Roma, Gina Marques, clique no link acima.
 

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