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Tecnologia de aviões do Reino Unido matará menos civis na Síria

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou na quarta-feira (2) que os aviões britânicos utilizados nos bombardeios contra o grupo Estado Islâmico na Síria têm uma nova tecnologia que permite selecionar mais precisamente seus alvos. A inovação diminuirá o número de vítimas civis. O Parlamento do Reino Unido aprovou as intervenções aéreos ontem.

Britânicos se manifestam contra intervenção militar do Reino Unido na Síria.
Britânicos se manifestam contra intervenção militar do Reino Unido na Síria. REUTERS/Neil Hall
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Muriel Delcroix, correspondente da RFI em Londres

Ao defender a intervenção do Reino Unido na quarta-feira, diante do Parlamento, Cameron indicou que os aparelhos britânicos têm a capacidade de enviar mísseis Brimstone, guiados a laser. Segundo ele, nenhum outro país possui essa tecnologia, cuja precisão permitirá focar nos alvos de forma mais eficaz. Os bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos, e que contam com a participação da França, vêm sendo extremamente criticados pelo grande número de civis mortos, mesmo que visem posições do grupo Estado Islâmico.

A Royal Air Force realizou na manhã desta quinta-feira (3) seus primeiros bombardeios contra a organização extremista na Síria. Depois de um longo debate, os deputados britânicos aprovaram ontem por 397 votos contra 223 uma intervenção aérea no país, apesar da forte oposição da população do Reino Unido. As primeiras operações ofensivas foram realizadas algumas horas após a aprovação do Parlamento.

Além dos oito jatos que já operam no Iraque, a Força Aérea britânica anunciou que seis aviões Typhoon e dois Tornados estavam prontos para entrar em funcionamento na base do Reino Unido no Chipre. No entanto, de acordo com especialistas em operações militares, o estoque de mísseis da Grã-Bretanha é limitado e insuficiente para causar um impacto mínimo na campanha contra os jihadistas. Cameron diz que está consciente deste problema, mas que os 70 mil rebeldes moderados, que lutam contra o grupo Estado Islâmico na Síria, estão dispostos a intervir por terra.

"Não acho que a modesta capacidade militar britânica vai mudar significativamente a situação na Síria", avalia Thomas Pierret, especialista do Islã Contemporâneo e da Síria na Universidade de Edimburgo. Segundo o professor, a falha da coalizão não está nos meios materiais, mas na falta de uma estratégia global em relação ao conflito sírio. "A participação do Reino Unido não vai interferir em nada", reitera.

Britânicos se opõem à operação militar do Reino Unido na Síria

O número de britânicos que temem uma escalada da violência aumenta a cada dia. Nas últimas semanas, várias manifestações foram realizadas pedindo que a Grã-Bretanha não se engajasse na ofensiva. Uma pesquisa divulgada nesta semana indica que 48% da população é favorável à intervenção. Na semana passada, essa porcentagem era de 59%.

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