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Linha Direta

Aumenta interesse de europeus e refugiados pela Suíça

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O número de pessoas querendo obter nacionalidade Suíça está explodindo. O país dos Alpes, com apenas 8 milhões de habitantes, também caminha para registrar este ano um número recorde de pedidos de asilo de refugiados.

Estrangeiros na Suíça se apressam para pedir nacionalidade
Estrangeiros na Suíça se apressam para pedir nacionalidade
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Deborah Berlinck, correspondente da RFI, em Genebra

Com as portas da Suíça e da Europa se fechando para imigração, quem está dentro do país quer garantir, à qualquer custo, que vai ficar e não vai ser discriminado. Os números comprovam. Em cidades como Genebra e Onex, prefeitos dizem que receberam duas vezes mais pedidos de passaporte suíço este ano do que no ano passado.

Em Vernier, por exemplo, de 2013 para 2014, o número saltou de 67 para 248. Em Friburgo, os pedidos aumentaram 44% e no Jura, 39%, no ano passado. Em Lausanne, quase 300 pessoas prestaram sermão na cerimônia de entrega de passaportes este mês.

No total, quase 33 mil pessoas obtiveram a nacionalidade suíça em 2014 – na sua maioria, europeus, como italianos, alemães, portugueses e franceses.  Em geral, o país é generoso: duas a cada 100 pessoas recebem o passaporte por ano.

Pedidos de asilo para refugiados

A Suíça também caminha para um recorde de 30 mil pedidos de asilo de refugiados este ano. Em outubro, o aumento foi de 60% em relação ao mês anterior. A Suíça tradicionalmente abre as portas para muitos trabalhadores franceses, espanhóis e italianos.

Com a economia europeia ainda em crise, agora, não apenas mais europeus estão querendo trabalhar na Suíça, mas há também um número cada vez maior de refugiados de países como Síria ou Afeganistão.

O país está apertando o cerco e dificultando a entrada e a permanência de estrangeiros. Em setembro, uma representante do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) queixou-se da política cada vez mais restritiva da Suíça em relação a refugiados sírios: eles só estão recebendo direito à residência temporária.

Dificuldade para obtenção de nacionalidade

O sistema suíço é descentralizado. Cada cantão, cada município, tem sua política. Em lugares pequenos, obter passaporte suíço nunca foi fácil. Tem casos em que a polícia passa na casa do vizinho para verificar se o candidato à nacionalidade suíça se comporta como um verdadeiro suíço – ou seja, não faz barulho e diz “bom dia” para a vizinhança.

Em outros casos, o candidato tem até que saber a receita de um fondue de queijo – prato tradicional suíço. Em lugares cosmopolitas como Genebra, obter um passaporte sempre foi relativamente mais fácil. Não é mais. Agora, até Genebra exige passar numa prova de francês e as entrevistas incluem até conhecimento de história do país.

Reação da população

A população tem reagido votando num partido que, essencialmente, faz campanha para fechar as fronteiras e endurecer os critérios para obtenção de passaporte. Hoje, o maior partido político da Suíça chama-se União Democrática de Centro (UDC). É um partido populista que tem garantido o seu sucesso quase exclusivamente com o tema da imigração.

O partido reforçou sua posição dominante nas eleições federais de outubro – garantindo quase 30% das cadeiras para deputado no Conselho Nacional – o parlamento suíço.

Em 2014, por conta de sua campanha contra os imigrantes, os suíços aprovaram num referendo uma lei que, na prática, rompeu um acordo de livre circulação de pessoas com a União Européia (UE) e vai estabelecer cotas para imigração à partir de 2017.

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