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Morte de migrantes ofende a humanidade, diz Papa Francisco

O Papa Francisco denunciou neste domingo (30) a morte de 71 imigrantes encontrados em um caminhão frigorífero abandonado na semana passada em uma rodovia entre Budapeste a Viena. Ele defendeu "uma cooperação eficaz" entre os países para evitar "crimes" como esse, que "ofendem toda a humanidade". As vítimas eram, provavelmente, refugiados sírios. O arcebispo de Turim, no norte da Itália, lançou uma iniciativa para acolher cinco refugiados em cada paróquia da região.

Família de migrantes sírios caminha ao longo do muro erguido pela Hungria na fronteira com a Sérvia.
Família de migrantes sírios caminha ao longo do muro erguido pela Hungria na fronteira com a Sérvia. REUTERS/Bernadett Szabo
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"Uno-me a toda a Igreja na Áustria em oração pelas 71 vítimas, incluindo quatro crianças. Confio cada um deles à misericórdia de Deus." Francisco lamentou que "nos últimos dias, muitos imigrantes perderam a vida em suas jornadas terríveis".

Em meio ao debate mundial sobre o acolhimento de milhares de refugiados de guerra e imigrantes clandestinos, o Papa condenou os movimentos xenófobos, lembrando que esse comportamento também é visto entre católicos. Francisco recomendou aos católicos que se mobilizem "mais do que nunca" para receber os migrantes.

O apelo do Papa já está sendo colocado em prática pelo arcebispo de Turim (norte), Monsenhor Cesare Nosiglia, que pediu ontem a cada paróquia da região para acolher cinco refugiados.

Ontem, um novo caminhão transportando 26 migrantes foi encontrado na Áustria em situação deplorável. Entre os passageiros havia três crianças que tiveram de ser hospitalizadas por causa de desidratação severa. Os migrantes são transportados em caminhões sem ventilação adequada. As temperaturas elevadas do verão e a falta de oxigênio no transporte expõem os migrantes à morte. No caso das 71 vítimas do caminhão frigorífico, a suspeita é que tenham morrido asfixiadas.

Hungria prende quinto suspeito

A polícia húngara anunciou hoje ter detido um quinto suspeito de envolvimento no caso, um cidadão búlgaro. Outros quatro homens, três búlgaros e um afegão, detidos na sexta-feira, tiveram o período de prisão preventiva estendido até dia 29 de setembro. As autoridades húngaras suspeitam que eles sejam subalternos de uma rede mafiosa de tráfico de humanos.

Como estava previsto, a Hungria anunciou ter concluído a construção de uma cerca dupla com arame farpado para evitar a passagem dos migrantes na fronteira com a Sérvia. O "muro da vergonha", como foi chamado pelo jornal francês Libération, pode ser facilmente transposto pelos migrantes, como constatam jornalistas em reportagem na região.

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