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Imprensa

WikiLeaks: novos vazamentos comprovam suspeita de que Merkel era grampeada

O que era apenas suspeita, agora tem provas concretas. O jornal Libération desta quinta-feira (2) dá sequência às revelações exclusivas obtidas junto ao WikiLeaks. Desta vez, elas comprovam o grampo da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) à chanceler alemã, Angela Merkel, e quatro de seus ministros, desde 2003.

Capa do jornal francês Libération desta quinta-feira, 2 de julho de 2015.
Capa do jornal francês Libération desta quinta-feira, 2 de julho de 2015. Reprodução
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Na semana passada, o diário já havia trazido detalhes da espionagem sobre os últimos três presidentes franceses. Hoje, traz o conteúdo de conversas de Merkel com integrantes de seu governo.

A suspeita de que a líder alemã havia sido espionada existe desde junho de 2014, mas, no último dia 12, a Justiça do país arquivou o processo justamente por falta de provas. O que as informações do WikiLeaks mostram é que Merkel e pelo menos quatro ministros foram grampeados.

O conteúdo dos grampos, assim como no caso francês, não traz segredos de Estado, mas comprova a espionagem. Em uma das conversas, Merkel dialoga com seu conselheiro para assuntos europeus sobre as alternativas para a crise na Grécia, em 2011.

O Libération também acredita que estes vazamentos comprovam o trabalho em conjunto entre a NSA e o Government Communications Headquarters, o serviço de inteligência britânico - o que era uma acusação antiga de Edward Snowden, o delator do caso das escutas americanas.

Merkel: de vítima a cúmplice

Nos relatórios obtidos, a rubrica que informa o meio pelo qual a informação foi interceptada foi preenchida com “2nd Party British”, ou “parceiro britânico”. Ao contrário das escutas francesas, onde os meios eram descritos como “satélite estrangeiro” ou “não convencional”.

Após as primeiras suspeitas de espionagem, surgidas em 2013, o governo Merkel protestou de forma dura, acusando os Estados Unidos de “quebra de confiança”. O porta-voz da Casa Branca, na época, proferiu uma garantia que agora se revela mentira: “Os Estados Unidos não espionam e nem espionarão as comunicações da chanceler”.

A revolta de Merkel pode, no entanto, não ter passado de jogo de cena. Segundo revelou o jornal Bild, no último mês de maio, a NSA atuava na Europa em parceria com a BND, agência de inteligência alemã que espiona empresas e governos do continente. Pior: tudo ocorreria com conhecimento de Merkel. Se o for o caso, não será surpresa se estas revelações do WikiLeaks publicadas por Libération não encontrarem eco no meio político alemão, amplamente dominado pela base da chanceler.

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