Itália tem fim de semana com recorde de imigrantes e ameaça terrorista

A Itália aumentou os apelos para que a comunidade internacional se mobilize sobre a situação da Líbia. Neste fim de semana, os italianos foram obrigados a fechar sua embaixada em Tripoli e a evacuar todo o seu pessoal. Ao mesmo tempo, o país está enviando um reforço militar para a Sicília onde, apenas no domingo (15), 2 mil pessoas foram resgatadas tentando atravessar o mar Mediterrâneo – a média não costuma ultrapassar 400.

Imigrantes chegando à Sicília no domingo à bordo do navio "Spica". REUTERS/Antonio Parrinello

Anne Le Nir, correspondente da RFI em Roma.

Os trabalhadores da embaixada, ao lado de centena de compatriotas, desembarcaram no porto de Augusta, na Sicília, relatando “situação crítica em Trípoli” onde, segundo eles, o grupo Estado Islâmico já está presente e atuante. O afluxo de imigrantes nunca foi tão grande na região e os centros de acolhimento, como o de Lampedusa, estão saturados.

Vindos de diferentes países africanos, como a Eritreia, eles relatam ser ameaçados pelas milícias armadas que fazem a travessia em barcos clandestinos. Neste domingo, quatro homens a bordo de uma embarcação rápida e armados de fuzis ameaçaram a guarda costeira italiana, que fazia a segurança de um barco repleto de imigrantes. Os criminosos obrigaram a tripulação a saltar ao mar para, em seguida, reutilizar a embarcação para uma nova leva de imigrantes.

Para completar a situação delicada, a Itália se sente pela primeira vez diretamente em risco de ser atingida pelo terrorismo. Na manhã desta segunda-feira (16), todos os jornais italianos estampam a ameaça feita por um grupo intitulado Estado Islâmico da Província de Trípoli. Diz a organização: "nós já nos encontramos antes na Síria, agora estamos ao sul de Roma".

O diário Corriere della Será revela um documento do serviço de informação do governo italiano, que afirma que o país está enfrentando um “fronte duplo”: a imigração e o terrorismo. “A Itália nunca esteve tão exposta”.