Dilma não terá "tempo de festejar", diz jornal francês
Os principais jornais europeus trazem nesta segunda-feira (27) a reeleição de Dilma em suas capas e destacam as dificuldades que a presidente terá para governar em um contexto econômico difícil. Os jornais também lembram que esta foi a vitória mais apertada da história das eleições brasileiras e que a presidente terá muitos desafios pela frente em seu novo mandato.
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O jornal francês Le Figaro lembra que Dilma não terá muito tempo para festejar ou descansar, mesmo depois da campanha exaustiva. Para convencer os indecisos, a petista fez muitas promessas, mas se encontra em uma situação econômica frágil, com crescimento do PIB inferior a 1% e exportações e preço das matérias-primas em queda.
Para o El País, o medo dos mais pobres de perder seus benefícios prevaleceu sobre a aposta na mudança que prometia o candidato Aécio Neves. O jornal também traz uma pequena biografia da presidente, descrita como uma mulher "treinada para montar e acionar bombas, que superou um câncer em 2009 e vai voltar a dirigir o destino dos brasileiros.”
Já o jornal português estima que o PT vai aproveitar para dar início a uma reestruturação, com uma maior abertura e ênfase nas correntes minoritárias, especialmente os movimentos estudantis e os intelectuais. "Dilma precisa de resgatar o seu relacionamento com o partido, com quem manteve uma guerra surda durante a campanha", ressalta O Público.
Desafio de Dilma será dar novo fôlego à economia do país
O jornal inglês The Guardian acredita que o maior desafio de Dilma será dar um novo fôlego à economia do país -motivo pelo qual ela perdeu muitos eleitores no centro e sul do Brasil. "A classe média está frustrada com a economia moribunda e os escândalos de corrupção", publica. Todas as atenções estarão voltadas a quem vai atribuída o ministério da economia para saber como Dilma pretende reverter as finanças.
A revista britânica The Economist, que havia declarado apoio a Aécio Neves, voltou a dizer que o tucano era a melhor escolha, mas reconhece que a reeleição de Dilma era "inevitável". Na França, a revista Le Point avalia que Dilma venceu a batalha conquistando os votos da classe média nos estados industrializados do sudeste. Esses brasileiros querem que ela dê continuidade ao ciclo iniciado pelo ex-presidente Lula, destaca a Le Point.
Este foi o resultado mais apertado desde o movimento das Diretas, em 1989, destaca o jornal francês Le Monde. Apesar do fracasso da política intervencionista da presidente, a baixa taxa de desemprego e a valorização dos salários levaram a maioria dos eleitores a renovar a confiança em Dilma, na avaliação do jornal.
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