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Itália/Migração

Marinha italiana encontra 30 corpos em barco no Mediterrâneo

As tragédias com refugiados e imigrantes clandestinos se sucedem no Mar Mediterrâneo. Pelo menos 30 corpos foram encontrados neste domingo em um barco com migrantes socorrido pela guarda costeira italiana no canal da Sicília. Os socorristas descobriram os corpos, ao subir a bordo de um navio de pesca que transportava pelo menos 590 refugiados e migrantes.

Cerca de 30 imigrantes foram encontrados mortos em um barco lotado de pessoas perto da costa da Sicília. Na foto chegada de 3500 imigrantes, incluindo mulheres e crianças, neste mesmo local no começo deste mês de junho.
Cerca de 30 imigrantes foram encontrados mortos em um barco lotado de pessoas perto da costa da Sicília. Na foto chegada de 3500 imigrantes, incluindo mulheres e crianças, neste mesmo local no começo deste mês de junho. REUTERS/Antonio Parrinello
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A embarcação foi rebocada para o porto de Pozzallo, na Sicília, onde as autoridades italianas deram prioridade ao atendimento de crianças e mulheres grávidas. Os corpos serão retirados na manhã de terça-feira. Médicos que examinaram os corpos acreditam que uma parte das vítimas morreu afogada, as outras teriam sido asfixiadas por conta da falta de espaço no pequeno porão do barco.

Sangue nas mãos

O prefeito da cidade, Luigi Ammatuna, declarou não ter capacidade para atender a esse fluxo incessante de migrantes, nem espaço para enterrar os mortos no pequeno cemitério local.

A Liga do Norte e outros partidos de direita italianos culparam o governo do premiê Matteo Renzi pela tragédia. Eles estimam que a operação Mare Nostrum, lançada pelas autoridades para socorrer os imigrantes, acaba tendo o efeito nefasto de incentivar refugiados a embarcar de localidades do norte da Africa em direção à Itália.

Matteo Salvini, líder da Liga do Norte, afirmou que "é preciso impedir a partida, ajudá-los (os imigrantes) nos países de origem. As mãos de Renzi e de (Angelino) Alfano (ministro do Interior) estão ensanguentadas".

Recorde de imigrantes

A Marinha italiana informou ter socorrido no fim de semana 5 mil e 500 refugiados no Mediterrâneo; 65 mil desde o início do ano. Até agora, recorde de imigrantes havia sido em 2011, quando a Primavera Árabe provocou o êxodo de cerca de 63 mil pessoas através do Mediterrâneo. Este número já foi batido em 2014 e deve crescer, já que o verão está apenas começando e o bom tempo tende a estimular a travessia.

A Itália já obteve o reforço da Frontex, agência de supervisão das fronteiras europeias, além de ajudas suplementares para administrar o afluxo de migrantes. Mas ela pede maior solidariedade da União Europeia, em especial dos países do norte, para receber os imigrantes.
 

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