Presidente da Ucrânia aumenta cessar-fogo, com apoio da Rússia
O presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, ampliou nesta sexta-feira (27) o cessar-fogo no leste do país, durante mais 72 horas. O prazo original expiraria às 22h (15h em Brasília). Enquanto isso, em Bruxelas, os líderes da União Europeia deram um limite de três dias para a Rússia fazer “ações concretas” para diminuir a tensão no país vizinho, sob pena de receber novas sanções.
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Em uma coletiva de imprensa na capital belga, onde estava para assinar o acordo de associação à União Europeia, Porochenko afirmou que a decisão de prolongar o cessar-fogo cabia a ele e precisava ser tomada hoje, devido à expiração do prazo inicial. A trégua foi proposta por Kiev na sexta-feira passada e aceita pelos insurgentes do leste, embora tenha sido desrespeitada de maneira esporádica ao longo da semana.
Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, havia pedido um cessar-fogo “de longa duração” na Ucrânia e o início de negociações diretas entre o governo de Kiev e as lideranças separatistas. “Sinceramente, nós estamos fazendo todo o possível para ajudar no processo de paz”, declarou o presidente. O chanceler russo, Serguei Lavrov, explicou, entretanto, que o cessar-fogo não deve ser um “ultimato” para os insurgentes baixarem as armas.
Pressão europeia
Os líderes europeus e os Estados Unidos pressionam Moscou a tomar “ações concretas” para desarmar os insurgentes pró-russos e trazer de volta os milicianos russos que combatem ao lado dos separatistas no leste ucraniano. Em um comunicado, a União Europeia determinou quatro condições para a Rússia evitar novas sanções, a serem cumpridas até segunda-feira à tarde: abertura de negociações sérias sobre a aplicação do plano de paz proposto pelo presidente ucraniano, a adoção de um mecanismo de verificação do cessar-fogo, supervisionado por inspetores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o retorno do controle ucraniano em três pontos de fronteira entre os dois países e a libertação dos reféns detidos pelos separatistas pró-russos.
O Conselho Europeu prometeu voltar “examinar a situação” na segunda-feira e “tomar as medidas necessárias”, conforme o andamento da crise. O texto garante que os europeus estão prontos “para se reunir a qualquer momento” para a adoção de novas sanções contra Moscou, acusada de não usar sua influência sobre os separatistas para baixar a tensão na Ucrânia. Os europeus adotaram há quatro meses uma série de sanções contra personalidades russas e ucranianas pró-russas, principalmente o congelamento dos seus bens no bloco e a proibição de entrar nos países-membros da UE.
No final de semana, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, terão uma nova conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, para tratar sobre o assunto.
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