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Ucrânia / Crise

Direitos Humanos na Ucrânia se deterioram de forma alarmante, diz ONU

A situação dos Direitos Humanos no leste da Ucrânia se deteriorou de forma alarmante, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (16) pela ONU em Kiev. O documento relata inúmeros casos de assassinatos, torturas, sequestros e atos de intimidação, além de assédio sexual, cometidos principalmente por grupos antigoverno bem organizados e bem armados.

Vladimir Poutine em visita à Crimeia no último dia 9 de maio.
Vladimir Poutine em visita à Crimeia no último dia 9 de maio. REUTERS/Maxim Shemetov
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A Onu denuncia também assédio e perseguições visando a comunidade dos tártaros da Crimeia, minoria muçulmana da península recém-anexada pela Rússia. Moscou disse que o relatório da ONU tem uma gritante "falta de objetividade". Os tártaros lembram neste domingo os 70 anos da deportação de seu povo promovida por Stalin, uma tragédia histórica que voltou ao debate público desde a anexação da Crimeia à Rússia em março.

Uma das principais etnias da Crimeia na época da Segunda Guerra Mundial, esse povo turcófono foi deportado em 1944 pelo regime soviético, que pretendia "limpar a península de elementos hostis". "A versão oficial soviética acusava os tártaros de ter colaborado com os alemães. Eles eram apresentados como 'pouco confiáveis'", explica o historiador Elvedine Tchoubarov.

Vladimir Putin, por sua vez, afirmou nesta sexta que a questão dos tártaros da Crimeia está sendo instrumentalizada pela Ucrânia e prometeu uma ajuda financeira para esta minoria.

Ameaças americanas

Um representante do governo americano disse nesta quinta-feira (15) que os Estados Unidos não hesitarão em fazer “sangrar” a economia russa com novas sanções caso a Rússia tente impedir as eleições presidenciais ucranianas marcadas para o dia 25.

O americano, que não teve a identidade revelada, acompanhou o secretário de Estado John Kerry ontem em uma visita a Londres. Essa mesma fonte usou uma metáfora curiosa para descrever a relação do Ocidente com a Rússia. Ele diz que as sanções impostas até agora teriam sido “um bisturi e não um martelo”, mas que os Estados Unidos poderão causar um sangramento ainda maior na economia russa.

As ameaças ocidentais acontecem em um momento em que os enfrentamentos entre o exército ucraniano e os separatistas armados se multiplicam no leste do país. Os pró-russos tomaram ontem a prefeitura de um bairro da cidade de Antratsyt e o Banco Central Ucraniano foi obrigado a fechar seu escritório em Donetsk após diversas ameaças a servidores públicos. Também ontem, um navio de reconhecimento francês entrou no Mar Negro, reforçando a presença internacional na região.
 

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