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Portugal/Crise

Após três anos de austeridade, Portugal entra em nova fase

Os portugueses encerram neste sábado (17) uma contagem regressiva que já dura três anos: Portugal vai se tornar o segundo país, depois da Irlanda, a deixar oficialmente o programa de assistência financeira internacional. Mas este sábado marca também o início de uma fase de retorno aos mercados financeiros, onde o crescimento econômico será decisivo.

Após três anos de uma política de austeridade que levou os portugueses às ruas, o governo agora promete trabalhar pela recuperação econômica do país.
Após três anos de uma política de austeridade que levou os portugueses às ruas, o governo agora promete trabalhar pela recuperação econômica do país. AFP PHOTO/ PATRICIA DE MELO MOREIRA
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Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa

Após estes três anos de recessão, desemprego, cortes salariais e aumentos de impostos, quase todos os principais indicadores macroeconômicos melhoraram, mas não tanto como a troika (grupo que reúne o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia) previa inicialmente. A grande exceção é a dívida pública, que não parou de subir.

Em 2010, antes da troika entrar em Portugal, ela representava 94% do PIB. Hoje o seu peso é superior a 130%, mais do dobro dos 60% fixados no Tratado de Maastricht para os países da zona do euro. A esperança é que ela comece a cair no próximo ano.

Nesta sexta-feira (16) foi divulgado que a economia portuguesa cresceu somente 0,7% no primeiro trimestre deste ano, ficando também bem abaixo das previsões.

Recuperação é a nova palavra de ordem

O vice-primeiro ministro da coalizão do governo, Paulo Porta, afirmou que se antes do dia 17 de maio a palavra mais falada era “corte”, no pós-troika ela passará a ser “recuperação” - um discurso de claro tom eleitoral pouco antes das eleições europeias do próximo dia 25.

Maior força da oposição, os socialistas defendem que este não deve ser um momento de celebração, mas sim de reflexão profunda e séria sobre o estado em que o país se encontra, com uma classe média empobrecida, jovens obrigados a emigrar, desemprego e fim dos serviços essenciais para a população no interior do país.

Em uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros neste sábado, autorizada pela Comissão Nacional de Eleições, o primeiro-ministro Passos Coelho quer aproveitar o momento em que os holofotes estarão voltados para o país a fim de anunciar “um plano estratégico de crescimento a médio prazo”. O objetivo é passar uma mensagem positiva aos mercados internacionais, que a partir de agora substituem a troika para pressionar e fiscalizar o andamento da economia portuguesa.

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