Rajoy diz não temer chantagem de ex-tesoureiro preso
Em coletiva de imprensa após reunião do conselho europeu, em Bruxelas, o primeiro ministro espanhol disse não temer uma possível chantagem do ex-tesoureiro de seu partido (Popular, de direita), Luis Bárcenas, detido nesta quinta-feira sob suspeita de operar um esquema de compra de apoio do setor privado.
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A defesa afirma que ele é um bode expiatório de um escândalo que vai muito além da sua alçada - pode-se supor que ele esteja preparando o terreno para uma delação premiada. Sobre o caso, Rajoy se restringiu a dizer que respeitará as resoluções judiciais e colaborará com a Justiça. "Esperamos que esta atue com agilidade", disse, antes de afirmar que não voltaria ao assunto.
Bárcenas teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Pablo Ruz, sem direito a fiança, "para evitar risco de fuga e garantir a preservação dos elementos de prova ligados aos supostos delitos". O ex-tesoureiro terá de responder por lavagem de dinheiro e crime contra a administração pública e os serviços fiscais. A suspeita é de que ele beneficiaria em licitações empresas que fizessem doações não declaradas ao partido, por meio de contas na Suíça.
Em fevereiro, a Justiça de Madri já havia confiscado o passaporte de Bárcenas, para que ele não deixasse a Espanha. Na quinta-feira, o juiz Ruz considerou que o risco de fuga aumentou já que o governo suíço advertiu que ele teria transferido quantias para contas nos Estados Unidos e no Uruguai.
Em 2007, denunciou a Justiça no último dia 14, Bárcenas tinha 25 milhões de euros em uma conta na Suíça, além de 22 milhões de euros já descobertos dentro do país. Ele foi intimado a explicar sua fortuna na quinta-feira, em um escândalo que pode chegar até o primeiro ministro, caso confirme-se a suspeita de que existia uma contabilidade oculta dentro do Partido Popular. Rajoy negou ter conhecimento do caixa dois.
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