Premiê tcheco renuncia ao cargo após escândalo de corrupção

O primeiro-ministro tcheco, Petr Necas, apresentou oficialmente sua renúncia nesta segunda-feira à tarde ao presidente Milos Zeman, depois de um escândalo de corrupção e abuso de poder em que esteve envolvido o seu colaborador mais próximo. Conforme previsto pela Constituição, a renúncia do primeiro-ministro supõe o fim do governo.

Premiê Petr Necas preferiu reunciar ao cargo diante de caso de corrupção de um assessor. REUTERS/Stringer

O presidente, Milos Zeman, decidirá se quer manter a atual coalizão de centro-direita ou se organizará eleições antecipadas. "Eu renunciarei ao meu cargo na segunda-feira. Sou consciente da minha responsabilidade política", declarou Necas na segunda-feira à noite, durante uma entrevista coletiva.

A oposição de direita reivindica a organização de eleições antecipadas, o mais rápido possível. As próximas eleições legislativas estão previstas para 2014 e os social-democratas (CSSD) são apontados como grandes favoritos.

O premiê manifestou-se a favor da manutenção do governo atual tripartite de centro direita, com um novo primeiro-ministro proposto por seu partido, ODS. O nome do ministro da Indústria e vice-presidente do ODS, Martin Kuba, tem sido citado pela imprensa tcheca.

Composto pelo ODS de Necas, por outro partido de direita, TOP 09, do chefe da diplomacia Karel Schwarzenberg, e do pequeno partido de centro LIDEM, a coalizão não tem maioria parlamentar desde 2012.

Influente chefe de gabinete de Necas, Jana Nagyova, foi presa preventivamente no sábado, após ter sido incriminada de corrupção e abuso de poder por ter usado o serviço de inteligência militar para espionar ilegalmente a esposa do primeiro-ministro. Jana Nagyova, de 48 anos, é apontada pela imprensa popular como a namorada do premiê.

Dois generais e um coronel do serviço de inteligência militar também estão sob investigação judicial neste caso.