Acessar o conteúdo principal
Papa/Argentina

Jesuíta sequestrado pela ditadura diz que não foi denunciado pelo papa

Um dos missionários jesuítas sequestrados pela ditadura militar argentina nos anos 70 garante que o papa Francisco não o denunciou na época. Logo após sua eleição, o ex-arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio foi acusado de ter sido conivente com o regime militar e suspeito de envolvimento no rapto dos dois religiosos.

O papa Francisco durante uma audiência com a imprensa neste sábado, 16 de março de 2013; seus detratores o acusam de conivência com a ditadura militar argentina.
O papa Francisco durante uma audiência com a imprensa neste sábado, 16 de março de 2013; seus detratores o acusam de conivência com a ditadura militar argentina. REUTERS/Paul Hanna
Publicidade

Em uma declaração publicada no site da ordem jesuíta alemã nesta quarta-feira, 20 de março de 2013, Franz Jalics afirma que ele e Orlando Yorio não foram denunciados pelo padre Bergoglio, que se tornou na semana passada o papa Francisco.

"É falso dizer que nossa prisão foi provocada pelo padre Bergoglio", acrescentou Jalics, conhecido nos países de língua espanhola com o nome de Francisco.

De origem húngara e instalado no sul da Alemanha desde o final dos anos 70, o padre Franz Jalics disse ainda que durante muito tempo acreditou que tinha sido denunciado antes de ser sequestrado e preso no dia 23 de março de 1976 com Orlando Yorio.

"Antes eu pensava que tínhamos sido vítimas de uma denúncia", explica ele no comunicado. "Mas no final dos anos 90, após várias conversas, ficou claro para mim que essa suspeita era injustificada."

Franz Jalics também conta que depois de sua prisão, o oficial encarregado de interrogá-lo achou que ele fosse um espião russo ao descobrir em seus documentos que ele nasceu em Budapeste.

Os dois missionários jesuítas foram torturados em um centro de detenção famoso pelas práticas crueis que abrigava, a Escola Mecânica da Marinha, antes de serem libertados cinco meses após o sequestro.

Os detratores de Jorge Bergoglio suspeitam que ele tenha estado envolvido no rapto dos dois missionários. Na época o prelado argentino dirigia a ordem dos jesuítas no país.

O Vaticano rejeitou com firmeza as acusações de suposta conivência com o regime militar argentino, chamando-as de "caluniosas e difamatórias".

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.