Índia envia político suspeito de estupro coletivo à missa do papa Francisco
Chefes de Estado e de governo de dezenas de países continuam a chegar a Roma para assistir à missa inaugural do pontificado do papa Francisco, nesta terça-feira. Na Índia, o envio de um representante do governo suspeito de envolvimento no estupro coletivo de uma adolescente provoca protestos da família da vítima e da oposição.
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O chefe da delegação indiana que irá participar da missa inaugural do papa Francisco, P.J. Kurien, 72 anos, presidente-adjunto da Câmara Alta do parlamento, foi inocentado, em 2005, da acusação de participação no estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos. O crime remonta a 1996, quando a jovem foi sequestrada e mantida em cativeiro durante 40 dias, período em que afirma ter sido violentada por 42 homens, entre eles P.J. Kurien. O caso aconteceu na província de Kerala, no sul da Índia.
Apesar de a justiça ter inocentado o parlamentar, a vítima tentou reabrir o caso em dezembro passado, quando o novo estupro coletivo de uma estudante de 23 anos num ônibus de Nova Délhi comoveu o país. O pedido foi negado pelo tribunal de Trivandrum, mas gerou uma crise no Partido do Congresso, líder da coalizão de governo, que prometeu endurecer a legislação sobre violência sexual.
Nesta segunda-feira, o pai da adolescente declarou à agência AFP que o envio de Kurien à missa inaugural do novo pontificado é uma desonra para o papa Francisco. Os católicos representam 19% da população da província de Kerala. No mês passado, centenas de manifestantes acamparam em frente à sede do parlamento local pedindo a demissão de Kurien. V.S. Achuthanandan, ex-chefe do governo de Kerala, declarou que Kurien usou de sua influência política para ser absolvido pelo estupro. Um membro do Partido Comunista ironizou, dizendo que ele foi enviado a Roma para ser perdoado pelo novo papa.
Cardeal se desculpa por declaração sobre pedofilia
O cardeal sul-africano Wilfrid Napier pediu desculpas hoje às vítimas de pedófilos após ter declarado no sábado que a pedofilia deveria ser tratada como uma doença e não como um crime. Na sua conta no twitter, o cardeal se desculpou dizendo que se preocupa com todos que são vítimas de abusos, inclusive os próprios autores que são também vítimas, segundo ele.
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