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Vaticano/Congregações

Cardeais estrangeiros querem saber mais sobre funcionamento do Vaticano

Quatro dias após a partida de Bento 16, os cardeais exigiram nesta segunda-feira, 4 de março de 2013, esclarecimentos sobre o funcionamento da Igreja, no primeiro dia dos encontros no Vaticano destinados a preparar o próximo conclave e identificar os candidatos a liderarem os católicos do mundo inteiro.

O cardeal francês Philippe Barbarin conversa com repórteres após a primeira reunião preparatória para o conclave que elegerá o sucessor de Bento 16, nesta segunda-feira 4 de março de 2013.
O cardeal francês Philippe Barbarin conversa com repórteres após a primeira reunião preparatória para o conclave que elegerá o sucessor de Bento 16, nesta segunda-feira 4 de março de 2013. REUTERS
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"Queremos saber o que se passa no Vaticano, no conjunto da organização central da Igreja, que foi meio bagunçada nos últimos tempos", declarou aos jornalistas o cardeal francês Philippe Barbarin ao final da primeira sessão, na manhã desta segunda-feira.

"Se quisermos tomar as decisões certas, tenho certeza de que precisamos ter informações sobre isso", disse o cardeal sul-africano Wilfrid Napier sobre o escândalo Vatileaks, que revelou intrigas e graves tensões dentro da cúpula da Igreja.

"Levaremos o tempo que for necessário para definir de que tipo de papa precisamos. Eu gostaria que ele fosse poliglota, um homem de fé e de diálogo. Ele pode ser jovem, mas não obrigatoriamente. O novo papa terá necessariamente que afrontar os problemas na cúria", declarou o cardeal arcebispo de Paris, André Vingt-Trois.

Muito respeitado por sua mensagem religiosa e sua coerência, Bento 16 é criticado por não ter sido capaz de reformar o governo central da Igreja.

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, indicou que não haveria uma discussão geral sobre o caso Vatileaks, acrescentando porém que os cardeais vindos do mundo inteiro podem pedir a seus colegas "todas as informações que julgarem necessárias".

As turbulências no Vaticano e, recentemente, as especulações sobre um suposto "lobby gay", são vistas com maus olhos pelos cardeais vindos de fora da Itália. Segundo eles, isso deforma a imagem de uma Igreja que é em muitos aspectos dinâmica e corajosa, confrontada a problemas de sobrevivência.

Para o cardeal espanhol Carlos Amigo Vallejo, "o Vatileaks é muito barulho por nada, é um problema de organização, de aperfeiçoamento da estrutura". Os cristãos da África "não se preocupam muito com os pequenos problemas da vida interna da Igreja e de nossa organização", disse ele.

Os 209 cardeais, eleitores (com menos de 80 anos) ou não, foram convocados pelo cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Sagrado, para essas congregações de preparação ao conclave. Na segunda-feira de manhã, 142 estavam presentes, dos quais 103 eleitores. Alguns cardeais muito idosos ou doentes não poderão participar.

A data do conclave só poderá ser conhecida, após uma votação por maioria absoluta, depois que todos os 115 eleitores anunciados estiverem presentes.  Esse será o primeiro conclave para 67 dos eleitores.
 

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