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Grã-Bretanha/Imprensa

Comissão sugere criar novo órgão de controle da imprensa britânica

A comissão Leveson criada em meio ao escândalo das escutas telefônicas envolvendo o jornal The News of the World, recomendou nesta quinta-feira ao governo britânico a criação de uma novo órgão independente para supervisionar as atividades da imprensa para evitar problemas como os registrados recentemente no país.

O juiz Brian Leveson
O juiz Brian Leveson REUTERS/Simon Kreitem
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"A imprensa deve adotar um novo órgão de vigilância que seja totalmente independente dos dirigentes do setor ( da mídia), do governo e dos políticos”, afirmou o juiz Brian Leveson durante uma entrevista coletiva.

A intenção é dar garantiar a todos que temem a instauração de uma forma de censura ou atentado à liberdade de imprensa, mas o primeiro ministro David Cameron foi o primeiro a criticar a sugestão.

“O que está sendo proposto é uma regulação independente da imprensa, organizada pela imprensa, mas inscrita em um contexto legislativo para garantir que os níveis desejados de independência e de eficiência sejam atingidos”, estimou o juiz, comentando seu relatório de 2000 páginas.

O órgão “deve promover um jornalismo de boa qualidade e proteger ao mesmo tempo os interesses do público e as liberdades individuais. Ele deve adotar e respeitar esses critérios, tratar das queixas formuladas contra seus integrantes e oferecer um julgamento justo, rápido e fácil”, insistiu.

A nova instituição deveria incluir uma maioria de membros independentes da imprensa, segundo ele. A atual comissão encarregada de queixas contra a imprensa, sem poderes reais, era composta por representantes da mídia.

O relatório Leveson acusa os jornais de terem “arruinado a vida de inocentes” na disputa por “furos” de reportagem. Ele estima também que todos os partidos políticos desenvolveram uma “relação muito próxima com a imprensa que não é de interesse público”.

A comissão Leveson foi criada em 2011 durante o escândalo de escutas telefônicas envolvendo o jornal The News of the world, que fechou suas portas, acusado de ter promovido escutas ilegais sobre centenas de pessoas.

Hacked Off, um grupo de apoio às vítimas dos abusos da imprensa, que tem entre seus membros o ator Hugh Grant, julgou as propostas da comissão de “razoáveis e proporcionais”.

David Cameron acolheu favoravelmente diante do Parlamento os princípios sugeridos no relatório mas expressou reservas e sérias preocupações sobre um projeto em forma de lei. "Deveremos refletir muito antes de adotar essa medida", afirmou.

 

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