BBC abre investigação interna após escândalo de pedofilia
A BBC abriu nesta segunda-feira uma investigação interna sobre as "práticas" dentro da empresa após o escândalo de pedofilia envolvendo Jimmy Savile. A rede de comunicação estatal britânica é acusada de ter fechado os olhos para os abusos sexuais cometidos pelo apresentador, uma celebridade da televisão dos anos 60 aos anos 80.
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Essa investigação sobre "as práticas e a cultura da BBC durante os anos em que Jimmy Savile trabalhou na empresa e depois" será dirigida por uma antiga juíza da Corte de Apelação, Janet Smith, segundo um comunicado da empresa divulgado nesta segunda-feira.
Um outro objetivo será determinar "em que medida o pessoal da BBC estava ou deveria estar a par de eventuais atos ilegais ou inapropriados de Jimmy Savile nos escritórios da BBC ou em locais onde ele foi a trabalho para a BBC".
Essa investigação independente, uma das duas prometidas pela BBC para responder às críticas de que é alvo, também deve garantir a eficácia da política de proteção da infância da empresa e de seus sistemas de alerta.
O apresentador Jimmy Savile morreu há um ano, aos 84 anos. Essa celebridade da televisão dos anos 60 aos anos 80 é atualmente suspeita de ter agredido sexualmente adolescentes durante 40 anos.
A Scotland Yard identificou até 300 vítimas potenciais e investiga também vários outros suspeitos ainda vivos. Neste domingo a polícia prendeu um antigo astro inglês da música pop, Gary Glitter, já condenado por pedofilia.
Personagem excêntrico, Jimmy Savile era muito popular devido a seus programas para a juventude e suas obras de caridade, que fizeram com que ele fosse elevado à nobreza pela rainha Elisabeth 2ª. O escândalo abalou a BBC, que apresentou desculpas públicas.
Uma outra investigação interna sobre as circunstâncias da retirada da programação da BBC no final de 2011 de uma reportagem sobre as agressões sexuais imputadas a Jimmy Savile já começou sob a direção de um ex-dirigente do canal concorrente Sky News, Nick Pollard.
O presidente da BBC, Chris Patten, alertou no domingo que o grupo "corre o risco de perder a confiança do público" devido a esse escândalo.
"Algumas pessoas fecharam os olhos diante de atos criminosos? Alguns preferiram não dar crédito às suspeitas devido à popularidade desse criminoso? Mesmo aqueles dentre nós que não estavam aqui na época dos fatos herdaram essa vergolha", avaliou ele.
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