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Rússia/ inundações

Putin promete investigar mortes de mais de 150 russos por chuvas

Os serviços de resgate continuam encontrando corpos neste domingo em Krymsk, região do sudoeste de Rússia onde uma inundação deixou pelo menos 152 mortos. Diante do descontentamento dos habitantes do local, que reclamam da falta de alertas sobre as tempestades, o presidente Vladimir Putin ordenou uma investigação sobre as causas da tragédia.

Homem observa estragos causados pelas enchentes em Krymsk, na Rússia.
Homem observa estragos causados pelas enchentes em Krymsk, na Rússia. REUTERS/Eduard Korniyenko
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O comitê de investigação local, citado pela agência de notícias russa Interfax, disse que foi encontrado hoje o corpo de uma menina de oito anos. Com ela, são 152 mortos pelas inundações, 140 deles nesta pequena cidade e em seus arredores, situados nas proximidades do Mar Negro. A região é a mais afetada pelas chuvas torrenciais e cheias desde sexta-feira.

Nove corpos foram encontrados na estação balneária de Gelendjik e o balanço foi elevado para três mortos no porto vizinho de Novorossiisk, o mais importante da costa russa do Mar Negro, onde as chuvas de 24 horas corresponderam a de dois meses. A zona apresentava neste domingo uma paisagem de desolação, com árvores e partes de casas caídos e veículos destruídos.

"Tiramos os escombros como pudemos, ainda não recebemos nenhuma ajuda", disse uma habitante local, Irina Morgounova, à agência AFP.

Segundo as autoridades locais mais de 12 mil habitantes e 4 mil residências foram afetadas pelo desastre neste distrito, que conta com 60 mil habitantes. As chuvas pegaram os habitantes desprevenidos, mas muitos russos dizem que tantas mortes podem ser o resultado de uma comporta aberta num reservatório de água. As autoridades negam essas afirmações. Choveu em Gelendzhik em 24 horas o correspondente a cinco meses, segundo a administração local.

Ajuda financeira aos atingidos

O presidente Vladimir Putin, cuja residência de verão se encontra a 200 km ao sul, próximo à estação balneária de Sotchi, se dirigiu ao local no sábado à noite. Putin decretou um dia de luto nacional amanhã e prometeu uma ajuda financeira para as moradias destruídas e indenizações, de 2 milhões de rublos (50 mil euros) para cada família. Este é o primeiro grande desastre de seu novo mandato.

"É como um tsunami", disse o presidente, que observou a região inundada de Krasnodar de helicóptero junto ao governador, Alexander Tkatchev. Muitos habitantes afirmam não terem sido avisados sobre as tempestades e que foram pegos de surpresa pela inundação à noite, entre 2h e 4h da madrugada de sábado. A maioria das vítimas eram idosos e morreram por afogamento durante o sono.

As chuvas continuam em algumas áreas costeiras neste domingo, incluindo na cidade mais afetada, Krymsk. "O comitê de investigação vai checar as ações de todas as autoridades, como o alerta foi dado, como poderia ter sido dado, como deveria ter sido dado e quem agiu de que maneira", disse Putin.

O tráfego ferroviário foi retomado neste domingo, depois de ter sido suspenso no sábado.
 

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