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Itália/Atentado

Itália prende suposto autor do atentado contra escola de Brindisi

A polícia italiana deteve na noite de quinta-feira o suposto autor do atentado contra uma escola secundária de Brindisi. A explosão causou a morte da estudante Melissa Bassi, 16 anos, e deixou outros cinco alunos gravemente feridos em 19 de maio passado. Giovanni Vantaggiato, 68 anos, dono de um depósito de combustíveis, confessou ter fabricado as bombas caseiras colocadas na entrada da escola.

Massimo, pai da garota Melissa Bassi, de 16 anos, morta por uma bomba em frente à sua escola, em 21 de maio, emociona-se durante o funeral de sua filha.
Massimo, pai da garota Melissa Bassi, de 16 anos, morta por uma bomba em frente à sua escola, em 21 de maio, emociona-se durante o funeral de sua filha. REUTERS/Stringer
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A polícia identificou o suspeito pelos registros das câmeras de vídeo instaladas perto da escola. O carro de Giovanni Vantaggiato, um Fiat Punto, foi filmado nas proximidades pouco antes da explosão fatal. Os vídeos também revelaram a presença de um homem grisalho, de características físicas semelhantes ao suspeito, numa rua próxima no momento em que os explosivos eram acionados. O suspeito tem um problema de articulação no braço direito, o que também foi flagrado pelas câmeras de segurança.

Durante as cinco primeiras horas do interrogatório policial, Vantaggiato negou o crime, mas depois acabou reconhecendo ter fabricado as três bombas de gás usadas no atentado, tê-las instalado na entrada da escola durante a noite e ter acionado os explosivos de dia "porque à noite não havia ninguém no local". O atentado aconteceu quando os estudantes chegavam para a primeira aula da manhã. Giovanni Vantaggiato é casado e tem duas filhas.

Em entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira, o procurador de Lecce, Cataldo Motta, disse que as motivações do atentado ainda estão mal-esclarecidas. Segundo o procurador, os argumentos alegados pelo empresário são pouco convincentes e necessitam de novas investigações. 

Entre as hipóteses em estudo para elucidar o caso estão uma vingança pessoal do suspeito contra o diretor da escola, Angelo Rampino. Mas a polícia também segue a pista de uma vingança contra o sistema judiciário. Recentemente, a justiça italiana negou ao empresário indenização num processo de fraude. Antes de atingir a escola, ele teria planejado atacar o Palácio de Justiça de Brindisi, mas percebendo que o local era muito vigiado, acabou optando pelo atentado na escola técnica, que fica perto do Palácio.

O chefe da polícia italiana, Antonio Manganelli, classificou a detenção provisória do suspeito como uma reviravolta definitiva no caso. A tragédia, inédita na história do país, chocou os italianos, reacendendo o temor provocado pelos ataques terroristas dos anos 70.

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