Acessar o conteúdo principal
Grécia/Crise

Políticos conservadores alemães empurram Grécia para falência

O impasse na validação do plano de 130 bilhões de euros de ajuda financeira dos europeus à Grécia piora dia a dia com declarações pouco amistosas de políticos alemães próximos da chanceler Angela Merkel. O ministro da Economia, Philipp Rosler, disse que "o dia fatídico [da falência] causa cada vez menos temor". Para o primeiro-ministro francês, François Fillon, "brincar com a falência da Grécia é uma irresponsabilidade".

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble.
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble. REUTERS/Thomas Peter
Publicidade

O clima de animosidade contra a Grécia está ficando deletério na Alemanha. Deputados, executivos de grandes grupos industriais e até a mídia alemã estimam que a Grécia não tem mais lugar na zona do euro. O líder do partido conservador da Bavária, Horst Seehofer (CSU), propôs um referendo para os alemães definirem se a Grécia deve sair da zona do euro.

Nesta sexta-feira, o Banco Central Europeu começou a trocar títulos gregos por obrigações mais recentes, também emitidas pela Grécia, com o objetivo de se proteger de perdas eventuais.

Em sua edição do fim de semana, o jornal francês Le Monde afirma em primeira página que a Grécia está à beira da falência. "O futuro do país está nas mãos dos políticos alemães", nota o jornal. Em posição de força, o grupo do triplo AAA - Alemanha, Holanda e Finlândia - "se recusa a desbloquear o segundo pacote de ajuda financeira a Atenas, enterrando os esforços de negociação feitos nos últimos oito meses", escreve Le Monde.

"Brincar com a falência da Grécia é uma irresponsabilidade", afirmou nesta sexta-feira o premiê francês, François Fillon. A ducha de água fria foi motivada pela declaração do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, que disse estar "convencido que fechar um acordo com o governo grego antes das eleições de abril não é indispensável".

O ministro holandês das Finanças, Jan Kees de Jager, estima que as negociações voltaram à estaca zero, depois que os técnicos da troika enviada a Atenas (União Europeia, BCE e FMI) constataram que as contas públicas gregas se degradaram muito da época em que os 130 bilhões de euros foram aprovados, em julho do ano passado. "Não vamos colocar dinheiro num poço sem fundo", resumiu o ministro alemão das Finanças.

Entrevistado pelo Le Monde, o presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Werner Hoyer, afirmou que "se a zona do euro perder a Grécia, isso vai representar um recuo de décadas para a Europa".

Uma nova reunião dos ministros das Finanças da zona do euro para dar o aval ao repasse está agendada para segunda-feira. O encontro já foi adiado várias vezes.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.