Morte de bebê é a quinta provocada por ataque de atirador na Bélgica

Um bebê de 17 meses não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital na cidade belga de Liège, gerando ainda mais comoção após a tragédia desta terça-feira. Um homem de 33 anos com antecedentes judiciais abriu fogo contra pedestres na principal praça do centro da cidade e, em seguida, se matou. Até a noite de terça, foram confirmados cinco mortos e 123 feridos.

Ataque de atirador aconteceu na principal praça da cidade belga de Liège. Reuters

As outras três vítimas fatais são dois adolescentes, de 15 e 17 anos, e uma mulher de 75 anos. Dezenas de pessoas ficaram feridas com a explosão do vidro de proteção de uma estação de ônibus. Algumas testemunhas disseram que o atirador se suicidou com um tiro na cabeça.

"Aparentemente, este ataque não tem ligação com o terrorismo, parece ser um ato isolado com consequências dramáticas", declarou o ministro belga do Interior, Jöelle Milquet. O primeiro-ministro da Bélgica, Elio Di Rupo, afirmou que "não há palavras para exprimir essa tragédia".

Cenas de pânico

Por volta de 12h30 (horário local), um homem de 33 anos, identificado como Nordine Amrani, lançou de cima do telhado de uma padaria três granadas e disparou tiros de fuzil contra pedestres na praça Saint-Lambert, onde se situa o Palácio de Justiça. O drama poderia ter sido ainda maior se o mercado de natal de Liège, um dos mais famosos da Europa, não tivesse sido fechado, após previsão de tempestade.

Em uma coletiva concedida no final da tarde desta terça-feira, autoridades belgas explicaram que o autor do ataque estava em liberdade condicional desde outubro de 2010. Ele havia sido condenado, em 2008, a quase cinco anos de prisão por porte de armas e cultivo ilegal de drogas em um terreno. Nesta terça, ele tinha sido convocado a se apresentar à polícia, mas em vez de comparecer provocou o massacre na praça de Liège.

Durante todo o dia, rádios, televisões e sites na internet da Bélgica transmitiram os depoimentos de testemunhas oculares que assistiram, incrédulas e impotentes, ao drama. Segundo os depoimentos, o homem parecia determinado. Ele disparou, principalmente, contra pessoas que estavam em um ponto de ônibus. A polícia chegou rapidamente ao local, pedindo aos pedestres que deitassem no chão ou que se protegessem dentro das lojas.

Zona comercial

O local do massacre é uma zona comercial e muitas pessoas aproveitavam para fazer as compras de Natal. A situação ao redor da zona do ataque, que foi isolada pela polícia, começou a voltar ao normal no início da noite desta terça-feira, mas a população de Liège, que possui 200 mil habitantes, continuava em estado de choque. Depois do pânico, o clima agora é de tristeza e comoção. Ninguém sabe ainda o que teria motivado o homem a cometer o massacre.