Governo italiano adota pacote de austeridade e Monti renuncia a salário
O governo italiano adotou neste domingo um pacote de austeridade que prevê cortes de gastos estimados em 20 bilhões de euros até 2014. O primeiro-ministro Mario Monti antecipou a reunião prevista para segunda-feira para aprovar as novas medidas, em mais uma tentativa de reequilibrar as contas públicas e enfrentar a crise na zona do euro. A dívida soberana da Itália, de 1,9 trilhão de euros, atinge 120% do PIB (Produto Interno Bruto).
Publicado em: Modificado em:
Este é o terceiro pacote de ajustes adotado pela Itália desde julho. O premiê italiano também anunciou que ele renunciaria ao seu salário de chefe do governo, ministro da Economia e das Finanças, cargos que ele acumula. "Num momento em que pedimos sacrifícios a todos os cidadãos italianos, é meu dever renunciar ao meu salário”, declarou, acrescentando que o plano também era “uma mensagem de esperança.”
O decreto-lei aprovado neste domingo possibilitará cortes drásticos na economia italiana, mas necessários segundo o novo primeiro-ministro. Em entrevista à imprensa depois da votação, ele disse que que “a crise atual é muito grave” e poderia afetar pelo menos "as próximas quatro gerações de italianos."O plano adotado neste domingo pelo governo prevê aumento de impostos, com a criação de novas alíquotas em diversos setores, entre eles o imobiliário e o de serviços.
Também está prevista uma ampla reforma da previdência, que prevê um aumento do tempo de contribuição, que é atualmente de 40 anos. Além disso, a pensão será calculada levando em conta o conjunto da carreira, e não os últimos salários recebidos. O objetivo é estabilizar as finanças do país até 2013, caso contrário, diz Monti, a Itália pode ir à falência e colocar em risco o euro.
Ao adotar o pacote neste domingo, o governo italiano pretende enviar um sinal positivo antes da abertura das bolsas nesta segunda-feira, e tranquilizar os parceiros europeus antes da Cúpula do bloco prevista para quinta e sexta-feira. As medidas ainda deverão ser ratificadas pelas duas câmaras no Parlamento, que devem aprová-las antes do Natal.O Cgil, principal sindicato italiano reagiu ao pacote, denunciando as perdas salariais que devem atingir os aposentados. Para Rafaele Bonanni, do Cisl, o governo italiano não levou em conta o impacto social do plano.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro