Homem é preso após disparar contra seguranças do papa

Um homem foi preso nesta manhã em Erfurt, no leste da Alemanha, após realizar quatro disparos pouco antes do início de uma missa do papa Bento 16 na cidade. Ninguém ficou ferido: os tiros vinham de uma arma de ar comprimido.

Papa chega a Erfurt, na Alemanha, onde realizou uma missa pública neste sábado. Reuters

Após o incidente, o Vaticano divulgou uma nota afirmando que o ocorrido “não tem nada a ver com o papa” e que os dispositivos de segurança não seriam alterados. O homem foi preso logo após visar dois homens que integravam a equipe de seguranças do pontífice, duas horas antes do início da celebração. Segundo a polícia alemã, o homem seria um “desequilibrado”.

A missa reuniu 28 mil pessoas em uma praça de Erfurt, cidade da antiga Alemanha comunista onde apenas 7% da população é católica. Bento 16 disse que o nazismo e o comunismo “agiram sobre a fé cristã como uma chuva ácida”, e que suas consequências, sobretudo no plano intelectual e religioso, ainda são percebidas. Ele agredeceu aos católicos do leste alemão por terem permanecido fieis, apesar das influências nazistas e comunistas a partir da Segunda Guerra Mundial.

Ontem à noite, o papa realizou uma visita-surpresa a vítimas de abusos sexuais por padres pedófilos. Três homens e duas mulheres foram escolhidos para se reunir com o pontífice, que, segundo o Vaticano, “ouviu” as vítimas e “exprimiu a elas seus profundos lamentos” pelo ocorrido.

O comunicado do Vaticano ainda informou que o papa “ficou emocionado e profundamente incomodado” pelos relatos, e que a Igreja está “engajada na promoção de medidas de proteção de crianças e jovens”. Cerca de 700 alemães pedem indenizações da Igreja católica por abusos sexuais cometidos por padres, em um escândalo que motivou a saída de 181 mil alemães da igreja apenas no último ano.

De Erfurt, o pontífice partiu para Friburgo, última etapa da turnê por seu país natal.