Conselho Europeu convoca reunião de urgência sobre a Grécia
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, convocou para esta segunda-feira de manhã uma reunião de urgência a fim de tratar a questão da ajuda à Grécia e as pressões crescentes do mercado sobre a Itália.
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As discussões devem girar, principalmente, em torno da dificuldade em conseguir mobilizar o setor privado para que participe de um segundo plano de socorro à Grécia, no momento em que cresce o temor de um efeito contágio na zona do euro.
O objetivo é conseguir um consenso antes da reunião dos ministros europeus das Finanças, que também se reúnem em Bruxelas, nesta segunda-feira. Os líderes europeus devem tentar colocar fim à cacofonia que reina entre os estados sobre como deve se dar a participação dos bancos privados, uma exigência da Alemanha e Holanda.
Uma opção proposta por Berlim é um novo reescalonamento da dívida grega. Os credores trocariam, assim, os títulos da dívida a curto prazo por outros com vencimento mais tardio. A aquisição de uma parte da dívida do país, por meio do Fundo de Socorro Financeiro da Zona Euro, é também discutida.
A questão da participação dos bancos ficou ainda mais delicada depois que a agência de classificação de risco Standard & Poors adiantou que poderia considerar a Grécia em estado de "quase falência" caso o setor privado participasse de um segundo plano de socorro ao país.
Na prática, isso quer dizer que a agência rebaixaria novamente a nota de risco de crédito da Grécia, considerando o país praticamente "inadimplente". O rebaixamento poderia trazer consequências ainda mais graves para o país, pois permitiria aos credores da dívida gregra acionar os contratos de seguro firmados em caso de falência da Grécia. Com isso, o Banco Central Europeu não poderia mais receber títulos da dívida grega como garantia para refinanciar os bancos do país, o que poderia levar o sistema bancário a beira da falência.
Esse é o complicado quebra-cabeças sobre o qual devem se debruçar os ministros europeus das Finanças nesta segunda-feira. Uma situação ainda mais urgente, pois os mercados estão nervosos e cresce o temor de que um efeito contágio na zona do euro, mais recentemente, na Itália.
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