Grécia anuncia acordo com FMI e UE para plano de austeridade
Atenas anunciou na noite de quinta-feira que um acordo havia sido fechado com os emissários da UE e do FMI para implementação de um plano de austeridade, a ser votado pelo parlamento na próxima semana. A pressão aumentava para que a Grécia aprovasse uma nova proposta, sem a qual não poderá ter acesso ao restante do empréstimo de 110 bilhões de euros acertado em 2010. Reunidos em Bruxelas, os chefes de Estado e de governo dos 27 países da União Europeia discutem a crise grega.
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O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, anunciou, entre as novas propostas, a redução do teto para a contribuição de imposto de renda para 8 mil euros por ano, no lugar dos 12 mil euros atuais. Venizelos também mencionou o aumento dos impostos sobre o combustível para aquecimento doméstico e a imposição de uma taxa única de "solidariedade" sobre os rendimentos, entre 1% e 5%.
Antes do encontro em Bruxelas, o comissário europeu para os Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, declarou que a Grécia deve adotar o plano “até o final de junho” se quiser ser ajudada pelos europeus para pagar as dívidas. “Eu espero que o Conselho Europeu reitere a mensagem do Eurogrupo e da Comissão Europeia, sublinhando a importância da adoção de uma estratégia orçamentária a médio prazo e de um programa de privatizações antes do final de junho”, disse, acrescentando que a prioridade é que a Grécia “se ajude a si mesma antes que os outros europeus venham ajudá-la”.
Rehn reiterou a necessidade de o governo grego conseguir obter um consenso transpartidário para a aprovação das reformas, sem as quais o FMI e a União Europeia não liberarão a quinta fatia de empréstimos ao país, de 12 bilhões de euros. A oposição grega de direita se recusa a aceitar o plano proposto pelo governo socialista do primeiro-ministro George Papandreou. A proposta será votada pelo Parlamento nos próximos dias 28 e 29, sob mais uma greve geral convocada em protesto pelos principais sindicatos do país.
O comissário europeu confirmou que os países tentam encontrar uma solução para envolver, voluntariamente, os credores privados da Grécia, como bancos, seguradoras e fundos de investimento. Conforme Rehn, o setor privado também é parte interessada na sobrevivência econômica da Grécia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, conversam com o primeiro-ministro grego antes da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
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