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Prisão/Massacre

Líderes mundiais comemoram prisão de general sérvio

Logo após o anúncio da prisão do general Ratko Mladic, o homem mais procurado na Europa por crimes de guerra, autoridades internacionais se apressaram em saudar este “dia histórico para a Justiça Internacional”, nas palavras do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O general Ratko Mladic foi detido numa aldeia do norte da Sérvia ‎
O general Ratko Mladic foi detido numa aldeia do norte da Sérvia ‎ Reuters
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O presidente da Sérvia, Boris Tadic, anunciou nesta quinta-feira a prisão do antigo comandante do exército bósnio sérvio durante a guerra da Bósnia (1992-1995), apontado como responsável pelo massacre de oito mil muçulmanos bósnios em Srebrenica e indiciado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia.

“Nesta manhã, Ratko Mladic foi preso em uma aldeia no norte da Sérvia, na fronteira com a Romênia. Com isso, fechamos um capítulo da história da nossa região que nos levará a uma plena reconciliação”, afirmou o líder do país, em uma coletiva de imprensa.

O general, de 68 anos, fugitivo há cerca de 16 anos, usava documentos falsos com o nome de Milorad Komadic quando foi detido na cidade de Zrenjanin.

O presidente da Sérvia negou que seu país tenha sido negligente na procura do criminoso de guerra. Ele afirmou ainda que o processo de extradição para que Mladic seja julgado em Haia já está em curso.

"Os Estados Unidos parabenizam o governo sérvio pela captura e espera que a transferência do general para o tribunal de Haia seja feita rapidamente", declarou o conselheiro-adjunto americano para a Segurança Nacional, Ben Rhodes.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a prisão significa um progresso na vontade de pôr fim à impunidade. O ministro britânico da Defesa, Liam Fox, enviou uma mensagem aos fugitivos da Justiça internacional, dizendo que "cedo ou tarde todos deverão responder por seus crimes".

Representantes de associações de famílias das vítimas do massacre de 1995 comemoraram a prisão e disseram que estão aliviadas.

O general Mladic é considerado um símbolo da política de "limpeza étnica" na Bósnia, junto com o ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, detido em julho de 2008, em Belgrado. Goran Hadzic, outro antigo responsável sérvio continua sendo procurado.

"A prisão de Mladic levou mais de 15 anos, mas pelo menos as pessoas que sofreram tem agora a esperança de que ele será levado a julgamento. As autoridades sérvias precisam renovar seus esforços para prender o foragido general Goran Hadzic e também levá-lo a julgamento", disse Widney Brown, ex-diretor de direito internacional da ONG Anistia Internacional.

Passo importante no processo de adesão à União Europeia

O presidente sérvio destacou que, a partir de agora, as "portas da União Europeia estão abertas", em referência ao desejo do país de se juntar à comunidade. Um dos empecilhos impostos pelo bloco europeu era justamente a captura de Ratko Mladic.

O comissário para o Alargamento e a Política de Vizinhança da União Europeia, Stefan Füle, disse em comunicado que "este gesto histórico da Sérvia mostra que o país compreendeu a importância crucial da reconciliação regional".

"Essa reconciliação regional faz parte dos critérios políticos para o processo de adesão à União Europeia", completou.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reforçou a mensagem de que esta é mais uma etapa vencida em direção à integração da Sérvia no bloco europeu.

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