Com medo de perder voto de confiança, Berlusconi pede apoio e faz promessas

Nesta terça-feira, o Parlamento italiano vai confirmar ou não seu voto de confiança ao governo de Silvio Berlusconi. Até agora, o premiê manteve o poder e a posição com a imunidade parlamentar, evitando processos judiciais e condenações. Desta vez, porém, ele é o protagonista da atual crise política e de governo, que pode se tornar oficial com o voto de confiança parlamentar. Para Berlusconi, sua queda criaria uma  "crise no escuro" na Itália.  

Pronunciamento de Sílvio Berlusconi no Senado Reuters

Lisa Maria Silva, correspondente da RFI em Roma

Um pacto com os parlamentares moderados, um novo programa de governo e um novo regulamento para as próximas eleições, caso o Parlamento conceda seu voto de confiança ao primeiro-ministro.

Estas são algumas das promessas de Sílvio Berlusconi durante seu pronunciamento no Senado, nesta segunda-feira, ao defender sua posição no atual governo. Ele alertou: é loucura admitir oficialmente a crise de governo agora. "A Itália ficaria no escuro se eu for derrubado",advertiu.

As afirmações de Berlusconi não convenceram os líderes moderados Gianfranco Fini, de Futuro e Liberdade para a Itália e Pierfedinando Casini, líder da União do Centro. Fini e Casini excluem qualquer possibilidade de acordo e pedem que Berlusconi renuncie ao governo e à sua imunidade parlamentar, para enfrentar vários processos abertos na justiça.

O primeiro-ministro enfrenta também as pressões de Umberto Bossi, seu principal aliado e líder da Liga Norte. Bossi prefere a declaração de crise de governo e novas eleições, sem buscar acordos políticos com os parlamentares moderados.

O Partido Democrático Italiano também reivindica a renúncia do premiê.

A fase de votação abre-se nesta terça-feira, em clima de mau humor dos italianos e fortes tensões sociais no país. Se não receber o voto de confiança, o governo terá que convocar eleições antecipadas.

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Lisa Maria Silva, correspondente da RFI na Itália