Lutadora brasileira de 17 anos faz história no Mundial juvenil na Hungria
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Antes mesmo de completar 18 anos, Rebeca Lima já entrou para a história do boxe brasileiro. A carioca, nascida no Complexo da Maré, conquistou a primeira medalha do Brasil em mundiais juvenis. Este ano o campeonato aconteceu em Budapeste, na Hungria, e reuniu cerca de 450 atletas.
Na estreia, a brasileira bateu por pontos (3 a 2) Mariya Gladkova, do Cazaquistão. Na sequência, ganhou, em decisão unânime, da ucraniana Veronika Korets. Nas quartas de final, repetiu o resultado da luta anterior contra a finlandesa Vilma Vitanen. Por não haver disputa de terceiro lugar, mesmo perdendo na semifinal, Rebeca garantiu a medalha de bronze, tornando-se a primeira brasileira a conseguir esse feito.
“Eu não tinha noção do que era um mundial. Eu sabia que era um campeonato grande, importante, e que muitas coisas poderiam acontecer. Eu não imaginava estar lutando fora do Brasil. Ainda não caiu a ficha que estou representando o Brasil e marcando a história”, conta emocionada a jovem atleta.
Esperança de medalhas
Para Matheus Alves, técnico da Confederação Brasileira de Boxe, que acompanhou os atletas nessa competição, Rebeca Lima é esperança de muitas medalhas no futuro. “A Rebeca começou a treinar com a Confederação após o campeonato brasileiro da categoria juvenil no ano passado, em Cuiabá, onde ela foi campeã. Ela venceu de uma atleta da Bahia, que já luta pela categoria adulta. Isso chamou muito a nossa atenção, pelas características físicas e técnicas da Rebeca”, contou Alves. “A partir desse momento, ela entrou no nosso projeto de base, fazendo treinamentos em conjunto com a seleção brasileira durante etapas. Ela é uma atleta que tem recursos técnicos muito bons, sabe boxear para trás, para os lados e tem grande possibilidade de ser um dos destaques do Brasil nas próximas Olimpiadas”, afirmou o treinador.
Rebeca Lima afirma que sua maior dificuldade é o tempo. Mal consegue se dividir entre os estudos e o boxe. Mas a jovem conta que sempre praticou esportes e que, até pouco tempo atrás, nunca havia pensado em lutar. “Desde pequena, aos 5 anos, eu já fazia ginástica artística. Eu praticava esportes no Complexo da Maré, em uma Vila Olímpica. Havia perto dali o prédio do ‘Luta pela paz’ – projeto social que ensina artes marciais em comunidades carentes – e, um dia, conversei com as meninas que lutavam lá e que vinham correr no Centro Olímpico. Foi quando decidi arrastar minha mãe para que ela me inscrevesse no ‘Luta’. Foi assim que tudo começou”, conta Rebeca.
A meta é lutar nos Jogos Olímpicos
Após tanta dedicação, a jovem carioca não esconde que seu maior sonho é estar nas próximas Olimpíadas. “Sempre sonhei em conquistar medalhas olímpicas e a cada ano eu me sinto mais próxima e mais capaz de realizar esse objetivo. Vou continuar treinando duro para chegar lá. Gostaria muito de estar presente em 2020, mas tenho mais esperança para 2024”, contou a atleta.
Em Budapeste, além de Rebeca Lima, Luiz Oliveira, o Bolinha, também conquistou o bronze após perder na semifinal para o inglês Ivan Price, na semifinal da categoria peso mosca de até 52 kg. A Confederação Brasileira de Boxe que o Brasil está voltando a conquistar espaço no cenário internacional. O próximo desafio serão os Jogos Olímpicos da Juventude, que acontecerão na Argentina, em outubro
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