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Esporte em foco

Voluntários da Rio 2016: o legado cultural dos Jogos

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As boas-vindas são em diferentes línguas e vários sotaques. Sem eles, as Olimpíadas também não seriam possíveis. São cerca de 50 mil voluntários facilmente identificáveis nas entrada das arenas, dos estádios, circulando fora e dentro das instalações para acompanhar as delegações, auxiliar os organizadores da Rio 2016 e informar visitantes e jornalistas sobre o que for preciso.

Grupo de voluntários na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra.
Grupo de voluntários na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra. Foto: RFI Brasil
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Com uniformes coloridos e padronizados, eles costumam andar em pequenos grupos e sempre se mostram disponíveis e muito interessados em ajudar.

O mineiro André Pacheco, 18 anos, decidiu ser voluntário quando percebeu que as férias da faculdade seriam um tédio. “Eu pensei: as Olimpíadas são no Rio de Janeiro, eu não estou fazendo nada em Belo Horizonte, uai, então quero ir trabalhar”, disse. Contar com a hospedagem na casa de familiares também ajudou na decisão.

“Eu organizo filas, ajuda nas credenciais, mas como o pessoal gosta do meu estilo meio ‘saidinho’, me deixam aqui para receber o pessoal que às vezes chega desanimado, principalmente quando o dia está nublado. Eles chegam aqui quase mortos”, brinca. “Estou aprendendo tanta coisa, porque a gente vê gente do mundo inteiro. Estou aprendendo a ser mais sociável, mais alegre e receptivo. Para o pessoal, isso é muito legal”, diz

A blogueira japonesa Tomoko Kemmochi investiu no português durante um ano e meio. Chegou ao Rio em julho para aprimorar a língua e exerce pela primeira vez o papel de voluntária. “Amo o Brasil e gosto de ajudar as pessoas, e é a primeira vez que as Olimpíadas acontecem na América do Sul. Além disso, a experiência será útil para mim pois os próximos Jogos serão em Tóquio”, explica.

A japonesa Tomoko Kemmochi veio ganhar experiência para os Jogos de Tóquio, em 2020.
A japonesa Tomoko Kemmochi veio ganhar experiência para os Jogos de Tóquio, em 2020. Foto: RFI Brasil

Na Arena Carioca 2, ela circula com um grupo de voluntários para dar informações e atuar como intérprete. “Falo inglês, português e também um pouco de portunhol”, brinca. Ela alugou um quarto de hotel e se programou para ficar até as Paralimpíadas. “Sempre tive muita sorte. Os brasileiros me ajudam muito, são muitos receptivos e gostam de falar comigo, me ensinam muitas coisas da cultura e da língua”, afirma.

O americano Gordon Barry já foi voluntário em duas edições dos Jogos Olímpicos de Inverno nos Estados Unidos e na Itália e decidiu dedicar 10 dias de suas férias trabalhar no Rio, uma oportunidade de vir pela primeira vez ao Brasil. “Nunca estive preocupado com os problemas que disseram. No final, tudo vai correr bem”, comenta. “Durante duas semanas, o mundo vai ficar reduzido e as pessoas vão conviver como amigos. Quero ver isso de perto”.

Ele foi destacado para orientar pessoas para tomar os ônibus corretamente para os deslocamento entre as arenas. “É importante ter pessoas do mundo inteiro aqui porque todos os países estão representados, como atletas. Se eu puder ajudar alguém a se sentir mais confortável, minha tarefa será bem sucedida.”

A mexicana de 20 anos Marta Olivia Jimenez, estudante de jornalismo na Cidade do México, aliou a paixão pelo esporte, o período de férias na universidade e a oportunidade oferecida pela Rio 2016. Ela ajuda nas relações do comitê organizador com os profissionais de imprensa. “Para mim, essa experiência é ideal. Me dá a oportunidade de conhecer jornalistas e ver como eles trabalham. Fico atenta a tudo”, diz a mexicana, que foi acolhida por uma família carioca e está encantada com a simpatia dos brasileiros.

A estudante mexicana Marta Jimenez diz que vive uma experiência "ideal" no Rio de Janeiro.
A estudante mexicana Marta Jimenez diz que vive uma experiência "ideal" no Rio de Janeiro. Foto: RFI Brasil

“Para ser voluntário, o mais importante é querer porque muitos gastos saem do nosso bolso”, lembra Marta, que ainda aguarda ser convocada para participar também dos Jogos Paralímpicos. Ela conta que recebeu um kit com três camisetas, duas calças, tênis, e acessórios como bolsa e bonés. Os voluntários ganham uma refeição durante o trabalho e tem transporte grátis, mas o resto é por conta própria.

Marta trabalha no Centro de Operações e Assistência onde está localizado o Media Center e divide suas tarefas com a paulista Giovanna Chencci Marques. “As Olimpíadas são no nosso país, é bom a gente participar”, afirma. Segundo a estudante, ela irá gastar pelo menos R$ 2 mil para ficar duas semanas na Cidade Maravilhosa.

Os cariocas também se mostraram entusiasmados com o fato de poder contribuir para o êxito dos Jogos. O servidor público Fernando José dos Santos se colocou à disposição do comitê e decidiu se envolver. “As pessoas estão mais solícitas, mais espontâneas, menos estressadas. As pessoas recebem melhor as informações e sugestões e a gente faz uma interação legal."

Os cariocas Sandra Passos e Fernando José Santos também decidiram ser voluntários nos Jogos do Rio.
Os cariocas Sandra Passos e Fernando José Santos também decidiram ser voluntários nos Jogos do Rio.

Sônia Maria Passos, administradora pública, também transformou suas férias em um ação pró-Olimpíadas. “É um legado que vai ficar para nossa cidade. É um acontecimento que eu não vai ter oportunidade de ver novamente. É a oportunidade de estar participando de um evento mundialmente grandioso e na nossa cidade”, diz

 

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