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OCDE: economia global apresenta sinais de recuperação, mas crescimento no Brasil é lento

Após três anos pontuados por repetidas crises, entre a pandemia e a guerra na Ucrânia, a atividade econômica global dá sinais de recuperação. O relatório de perspectivas econômicas da OCDE, divulgado nesta quarta-feira (7), em Paris, prevê leve melhora do crescimento mundial, que deve alcançar 2,7% este ano, contra 2,6% da previsão anterior previstos em março. Já a economia brasileira segue em ritmo lento – o PIB deve crescer 1,7% em 2023 e 1,2% em 2024.

Sede de la OCDE en París, el 29 de mayo de 2013
Sede de la OCDE en París, el 29 de mayo de 2013 AFP/Archivos
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Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a atividade econômica no Brasil está desacelerada devido à queda do consumo e das exportações. As famílias terão mais dificuldade diante de menos ofertas de emprego, persistência da inflação elevada e dificuldade de obtenção de crédito, apesar do aumento de ajudas sociais.

O investimento privado no Brasil vai continuar aumentando, mas a um ritmo mais lento, prevê a OCDE. A baixa dos preços de matérias-primas e a fraca demanda mundial vão pesar sobre as exportações. A inflação caiu acentuadamente em 2022, mas devera permanecer acima da meta em 2023.

A política monetária deve permanecer austera, com a taxa básica de juros permanecendo inalterada em 13,75% até pelo menos o terceiro trimestre de 2023, período após o qual poderá surgir uma oportunidade de flexibilização monetária, segundo o relatório da OCDE.

A organização acredita que uma melhor administração de investimentos em infraestruturas públicas, simplificação dos impostos indiretos e maior eficiência das transferências sociais são medidas que “podem reforçar o crescimento potencial e a coesão social, melhorando, simultaneamente, as finanças públicas”. A OCDE também aponta para o incentivo da sustentabilidade no setor agrícola e fim do desmatamento ilegal como vias para um crescimento mais sustentável.

A OCDE acredita que o fim do desmatamento ilegal no Brasil pode levar a um crescimento econômico mais sustentável. Imagem mostra região desmatada para gado no Pará (23/08/2020).
A OCDE acredita que o fim do desmatamento ilegal no Brasil pode levar a um crescimento econômico mais sustentável. Imagem mostra região desmatada para gado no Pará (23/08/2020). AP - Andre Penner

Longo caminho para a estabilidade

Em termos globais, a OCDE se mostra um pouco mais otimista, mas alerta para um “longo caminho” antes de uma retomada estável.

"A economia mundial está mudando", comentou Clare Lombardelli, recém-nomeada economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, na introdução do relatório.

Segundo o estudo divulgado numa reunião ministerial anual na sede da instituição internacional em Paris, a economia mundial reflete uma calmaria da inflação após uma explosão no ano passado devido às consequências da guerra na Ucrânia sobre os preços da energia e dos alimentos.

Em maio, por exemplo, a inflação desacelerou acentuadamente na zona do euro, para 6,1% em um ano. Nos Estados Unidos, a inflação ficou em 4,4% em abril, bem abaixo dos níveis alcançados durante 2022.

A recente recuperação da atividade econômica chinesa depois da draconiana política de Covid-zero no país também traz alívio para a economia mundial, aponta a OCDE, prevendo-se um crescimento da China este ano de 5,4%, ou seja, um aumento de 0,1 ponto face às previsões de março, e 5,1% no próximo ano (+0,2 ponto).

(com AFP)

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