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FMI revisa para cima crescimento global para 2023; economia brasileira deve crescer 1,5%

A economia mundial está resistindo a repetidos choques melhor do que o esperado e o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua previsão de crescimento global de 2,9% para 2023, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (31). A economia brasileira deve crescer 1,5% neste ano.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (31), o FMI elevou projeção do PIB brasileiro para 2023.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (31), o FMI elevou projeção do PIB brasileiro para 2023. AP - Silvia Izquierdo
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O espectro da recessão está recuando para vários países e a reabertura da China dá esperanças de uma recuperação adicional. A nova previsão de crescimento global de 2,9% é 0,2 ponto percentual a mais do que se esperava em outubro, quando o FMI divulgou sua previsão anterior.

"A perspectiva é menos sombria do que em nossas previsões de outubro", disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, durante uma teleconferência. “O próximo ano continuará difícil”, alertou, mas “também pode ser um ponto de inflexão” nas frentes de crescimento e inflação, disse o economista.

A desaceleração parece menos significativa do que a esperada em várias economias desenvolvidas, especialmente nos Estados Unidos. Washington tem uma expectativa de crescimento de 1,4% em 2023; 0,4 ponto percentual a mais que em outubro.

Na Alemanha ou na Itália, onde o FMI também já não teme uma recessão, ao contrário do que previa em outubro. O crescimento na zona do euro, que resiste melhor do que o esperado à crise energética ligada ao conflito na Ucrânia, é esperado, portanto, em 0,7%, ou 0,2 ponto a mais do que antes.

O outro fator importante é a reabertura da China após o abandono da política Covid Zero. Apesar da gestão caótica que levou a um aumento acentuado dos casos da doença no país, essa reabertura deve permitir que o crescimento chinês (+5,2% contra 4,4% previsto há três meses) venha dar um impulso acelerador à economia global, de acordo com o relatório publicado na segunda-feira. Isso é 0,2 ponto percentual a mais do que se esperava em outubro, na previsão anterior.

Além disso, a inflação, que atingiu níveis muito elevados em todo o mundo, está se estabilizando, devendo ser mais baixa em 2023 do que em 2022 na maioria dos países, aponta o FMI no seu relatório. No entanto, a instituição prevê este ano uma inflação um pouco acima do que havia previsto anteriormente, em 6,6% contra 6,5% esperados em outubro. Mas deve voltar em 2024 a patamares inferiores a 2021 (+4,3% contra +4,7%).

Esses números são mais otimistas do que os publicados em meados de janeiro pelo Banco Mundial, que viu o crescimento global desacelerar ainda mais. Mas isso ocorreu antes do anúncio do fim das medidas massivas de contenção contra a Covid-19 na China. Os parâmetros levados em consideração pelas duas instituições também são diferentes.

Resiliência

As três locomotivas globais – Estados Unidos, China e Europa – dão assim sinais claros de resiliência, por várias razões. E todas as economias avançadas devem experimentar um crescimento ainda mais fraco este ano.

Uma exceção, porém: o Reino Unido deve ser o único país do G20 a experimentar uma recessão este ano, com o PIB caindo cerca de 0,6% (queda de 0,9 pontos percentuais em relação às previsões de outubro).

Em sentido inverso, a Rússia poderá escapar, apesar das sanções impostas pela comunidade internacional desde a invasão da Ucrânia, com um crescimento ligeiramente positivo em 2023 (+0,3%) e que deverá mesmo acelerar em 2024 (+2,1%).

Brasil tem crescimento fraco

No resto do mundo, a previsão de expansão na África subsaariana (+3,8%, praticamente inalterada) ou no Oriente Médio e Ásia Central (+3,2%, 0,4 pontos a menos que em outubro) é muito superior à da América Latina e do Caribe, onde permanecerá abaixo do crescimento global (+1,8%).

As duas locomotivas latino-americanas, Brasil e México, de fato veem sua previsão de crescimento - respectivamente em +1,2% e +1,7% -, ficando bem abaixo do esperado para os demais grandes países emergentes, principalmente China e Índia (+6,1%).

Para 2024, o crescimento global deverá atingir 3,1%, acima de 2023, mas com ligeira revisão em baixa desde outubro (-0,1 ponto percentual).

Durante esses dois anos, no entanto, "o crescimento global permanecerá fraco pelos padrões históricos", disse o economista-chefe do FMI.

(Com informações da AFP)

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