Acessar o conteúdo principal

Apesar de pandemia, venda de armamentos para setor militar aumentou em 2020

A venda de armas e de serviços destinados ao setor militar aumentou em 2021, apesar de ter sido afetada por problemas de abastecimento ligados à pandemia de Covid-19 e à guerra da Ucrânia, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira (5). 

Tanques chineses expostos no Palácio de Exposições, em Pequim, antes do Vigésimo Congresso do Partido Comunista Chinês, em 12 de outubro de 2022.
Tanques chineses expostos no Palácio de Exposições, em Pequim, antes do Vigésimo Congresso do Partido Comunista Chinês, em 12 de outubro de 2022. AP - Andy Wong
Publicidade

De acordo com o documento do Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI), as 100 maiores empresas de armamentos venderam US$ 592 bilhões em armas e serviços destinados ao setor militar em 2021, o que significa um aumento de 1,9% em relação a 2020. 

O crescimento do setor poderia ter sido maior, já que foi seriamente afetado por problemas generalizados de abastecimento. "O impacto duradouro da pandemia começa realmente a se manifestar nas empresas de armamento", declarou à AFP Nan Tian, pesquisador do SIPRI e co-autor do relatório. 

Problemas de falta de mão de obra e abastecimento de matérias primas "diminuíram a capacidade das empresas de produzir sistemas de armamentos e de entregar no prazo". 

"O que vemos realmente é um crescimento possivelmente mais lento do que tinha sido previsto para a venda de armas em 2021", sublinhou. 

Guerra da Ucrânia

Os problemas de fornecimento devem se agravar com a guerra na Ucrânia, principalmente "porque a Rússia é um grande fornecedor de matérias-primas utilizadas na produção de armas", de acordo com um dos autores do relatório, mas também porque este conflito levou a um aumento da demanda. 

Mas é difícil avaliar o nível do aumento segundo Nan Tian, já que depende, ao mesmo tempo, da necessidade dos países que ajudam a Ucrânia com armas de reconstituir seus estoques e do agravamento do risco de conflitos, o que "levaria os países a comprar mais armas". 

Empresas chinesas

Ainda que as empresas americanas continuem a dominar o mercado mundial, representando mais da metade das vendas globais (ou US$ 299 bilhões), os Estados Unidos são a única região do mundo que passou por uma diminuição das vendas, em relação a 2020.

Entre as cinco maiores empresas do setor - Lockheed Martin, Raytheon Technologies, Boeing, Nothrop Grumman e General Dynamics -  somente Raytheon teve aumento nas vendas. 

Ao mesmo tempo, as vendas das oito maiores empresas chinesas de armas aumentaram 6,3% em 2021, chegando a US$ 109 bilhões. As empresas europeias, que representam 27 das 100 maiores do mundo, tiveram juntas um faturamento de US$ 123 bilhões, com um aumento de 4,2% em relação a 2020. 

O relatório nota, também, uma tendência de grupos privados de comprar empresas de armamentos. Uma evolução que os autores estimam mais visível nos três ou quatro últimos anos e que ameaça tornar a indústria de armas mais opaca e difícil de rastrear. 

"Essas empresas de investimento privado vão comprar essas empresas e praticamente não publicar mais dados financeiros", explica Tian. 

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.