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Mais de 100 empresas do setor alimentício do Brasil participam de feira em Paris e podem gerar R$ 200 milhões

Foi inaugurada neste sábado (15) pela manhã em Paris a maior feira de alimentos e bebidas do mundo, o Salão Internacional de Alimentação (SIAL) Paris 2022. Mais de 100 micro e pequenos empresários brasileiros participam desta edição, sob a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a Missão do Brasil no SIAL pode render mais de R$ 200 milhões em exportações nos 12 meses seguintes à feira.
Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a Missão do Brasil no SIAL pode render mais de R$ 200 milhões em exportações nos 12 meses seguintes à feira. © RFI / Paloma Varon
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Paloma Varón, da SIAL Paris 2022 para a RFI

Sete mil expositores de 127 países ocupam uma área de 250 mil metros quadrados, ou seja, o espaço de 100 hipermercados. No total, são esperados 300 mil visitantes entre hoje e o dia 19 de outubro.

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a Missão do Brasil no SIAL pode render mais de R$ 200 milhões em exportações nos 12 meses seguintes à feira.

"Nós estamos trazendo talvez o maior grupo de empresários brasileiros que já participaram da SIAL, um grupo muito grande e diversificado. São mais de cem empresários participando. A estimativa que foi feita com estes empresários é de negócios de mais de R$ 200 milhões", afirma Braga de Andrade, acrescentando que reuniões com compradores de diversos países são organizadas pela CNI e Sebrae durante a feira.  

Fazem parte da comitiva brasileira, além de representantes das federações das indústrias, empresários da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

“Participar de feiras internacionais é um passo estratégico para qualquer empreendedor que deseja exportar e a SIAL é uma dessas grandes oportunidades. O mercado alimentício francês é exigente, concorrido e inovador",  explica Braga de Andrade.

"Ao se preparar para conhecer o país e fechar negócios, empresários brasileiros se enquadram em um alto padrão e terão mais facilidade para acessar outros mercados pelo mundo. O papel da CNI é oferecer apoio e qualificação para que todos os interessados consigam alcançar esses mercados”, completa o presidente da CNI. 

Setor é o maior empregador

Delegação brasileira na SIAL Paris 2022.
Delegação brasileira na SIAL Paris 2022. © RFI / Paloma Varon

No Brasil, o setor alimentício é o maior empregador industrial, com mais de 1,6 milhão de trabalhadores em 45 mil empresas. No primeiro semestre de 2022, as vendas da indústria brasileira de alimentos cresceram cerca de 3,2% e a produção também aumentou 2,6%.  

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), um dos fatores para esse resultado são as exportações, que atingiram US$ 27 bilhões no primeiro semestre, 30,5% acima em relação ao mesmo período de 2021. Entre os principais produtos exportados, estão as proteínas animais, farelos, açúcares, óleos e gorduras.

Produtos orgânicos 

Das mais de 100 empresas alimentícias brasileiras que estão representadas no SIAL Paris 2022, 20% delas trouxeram na bagagem seus produtos orgânicos e/ou sustentáveis para exibição e rodada de negócios. É a maior participação de empresas deste gênero desde que a SIAL começou em 1964.

De acordo com os empresários do setor, a busca por produtos que contribuem com a saúde é uma tendência cada vez mais forte, favorecendo e impulsionando as vendas de produtos orgânicos. E os empresários brasileiros já perceberam e estão investindo maciçamente setor. Segundo a plataforma Statista, o consumo de orgânicos no mundo foi de US$ 120 bilhões em 2020.

Em 2021, o mercado de orgânicos brasileiro teve crescimento de 12%, com vendas de R$ 6,5 bilhões. No ano anterior, em 2020, o setor apresentou expansão de receita de 30% em relação a 2019, com faturamento de R$ 5,8 bilhões. Em 2020, as exportações corresponderam a R$ 1,1 bilhão, ou 18,9% da receita total.

"O consumidor quer ter um mundo melhor, quer viver melhor, com mais qualidade de vida. E isso o Brasil sabe fazer", destaca Braga de Andrade. 

"Apesar dos problemas que enfrentamos no Brasil, o país encanta as pessoas: pela forma como o brasileiro produz, vende? Se relaciona. Nossa forma de fazer negócios, sempre com um sorriso, faz uma enorme diferença nas relações comerciais", acrescenta. 

Para o embaixador do Brasil em Paris, Luís Fernando Serra, a expectativa para a participação do Brasil no SIAL Paris 2022 é enorme. "O Brasil está presente com uma delegação numerosa e prestigiosa. A França é um grande mercado, de referência. Nós precisamos dinamizar nosso intercâmbio com a França e esta é a oportunidade", disse. 

Serra acredita que o Brasil precisa agregar valor aos produtos exportados para se posicionar melhor no mercado francês e europeu. "Precisamos diversificar a nossa oferta de produtos e agregar valor a todos eles, porque a pauta ainda é dominada pelas commodities."

O embaixador destaca que, com a guerra na Ucrânia, "o grande celeiro do mundo", abre-se uma oportunidade para o Brasil exportar cereais e tubérculos. "Hoje o Brasil está numa posição muito privilegiada para atrair investimentos europeus", finaliza.

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