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Cem milionários pedem que ricos paguem mais impostos para financiar vacinas

Mais de cem milionários filantropos e organizações internacionais divulgaram durante o Fórum Econômico Mundial de Davos nesta-quarta-feira (19) uma carta aberta em que pedem o aumento da taxação dos mais ricos.

Relatório da Oxfam, publicado esta semana, mostra que a fortuna dos 10 mais ricos do mundo dobrou durante a pandemoia, enquanto milhões caíram na extrema pobreza
Relatório da Oxfam, publicado esta semana, mostra que a fortuna dos 10 mais ricos do mundo dobrou durante a pandemoia, enquanto milhões caíram na extrema pobreza Ozan KOSE AFP/File
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O grupo propõe que todos os países exijam que as populações ricas paguem impostos proporcionais, e de maneira justa, para que seja possível reduzir a desigualdade mundial e financiar a vacinação universal contra a Covid-19. 

Entre os signatários, estão organizações internacionais como a ONG Oxfam e a Patriotic Millionaires.

O alvo principal desta carta são os dez bilionários que viram sua fortuna dobrar durante a pandemia e, claro, suas empresas. O relatório “As desigualdades matam”, divulgado no início da semana pela Oxfam, apontou um aumento sem precedentes na fortuna deste seleto clube, que teria ganhado US$ 5 trilhões ao longo da crise da Covid-19.

De acordo com a revista Forbes, estão no topo da lista de homens mais ricos do mundo: Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Bernard Arnault (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Waren Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Oracle). 

Enquanto isso, nos dezenove meses de pandemia, 160 milhões de pessoas caíram na pobreza em todo o mundo, segundo o estudo da Oxfam.

Impostos sobre a fortuna a partir de 2% ao ano

Na carta, o grupo propõe um imposto anual de 2% para pessoas com mais de US$ 5 milhões (R$ 27 milhões) de patrimônio. A taxa progressiva seria de 3% ao ano para aqueles que possuem mais US$ 50 milhões (R$ 270 milhões), e de 5% ao ano para quem tem mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,46 bilhões). 

Esse imposto seria responsável por uma arrecadação estimada de R$ 13,8 bilhões ao ano, dinheiro que poderia ser usado para financiar a vacinação contra a Covid-19 no mundo, o combate à pobreza ou ainda para a prevenção de futuras pandemias. 

Em entrevista à RFI, Quentin Parinello, porta-voz da Oxfam na França, explicou que a crise sanitária aprofundou as desigualdades, afetando negativamente as classes mais pobres e permitindo o enriquecimento de quem já tinha fortuna.

No entanto, Parinello, defende que políticas públicas podem mudar o cenário. "Se observarmos a história, existem casos que mostram que, se adotarmos a boa política, financiando mais o setor público e a proteção social, podemos lutar contra as desigualdades. Elas não são uma fatalidade, são o resultado de escolhas políticas. É financiando modelos sociais mais protetores, e os financiando com impostos progressivos, que seremos capazes de lutar de maneira durável contra as desigualdades". 

O Fórum Econômico de Davos, que acontece de maneira virtual por conta da pandemia, vai até o dia 21 de janeiro.

(Com informações da AFP)

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