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Petróleo tem alta internacional após acordo para reduzir a produção

Os preços do petróleo subiram fortemente na Ásia nesta segunda-feira (13) após a Organização dos Países Exportadores de petróleo (OPEP) e seus parceiros concordarem com uma queda histórica na produção, em meio à pandemia de coronavírus.

A OPEP vai reduzir em quase 10 milhões de barris por dia sua produção para estabilizar os preços durante a pandemia da Covid-19..
A OPEP vai reduzir em quase 10 milhões de barris por dia sua produção para estabilizar os preços durante a pandemia da Covid-19.. ©REUTERS/Darren Whiteside
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Na abertura do mercado asiático, o barril americano do West Texas Intermediate (WTI) subiu quase 8%, alcançando em seguida uma alta de 3,69%, cotado ao preço de US$ 23,6 por volta das 6:00 GMT (ainda madrugada no Brasil), enquanto que o barril de Brent do Mar do Norte subia 3,3%, sendo vendido a US$ 32,52.

A alta é resultado de medidas de ajustamento da oferta mundial do produto. Os países exportadores de petróleo concordaram no domingo (12), em uma reunião por videoconferência, em diminuir a produção a partir do mês que vem numa magnitude sem precedentes, na esperança de interromper a queda dos preços durante a epidemia de Covid-19 e apesar das tensões entre Moscou e a Arábia Saudita.

Esta reunião só foi possível depois que Riade e Moscou aceitaram fazer uma trégua na guerra de preços que travavam desde a última conferência do grupo, em 6 de março, em Viena, Áustria, onde fica a sede da OPEP. Os dois exportadores foram surpreendidos com a rápida disseminação do coronavírus, que atingiu a demanda de petróleo diretamente, em uma época em que já havia uma oferta excedente.

Corte na produção de quase 10 milhões de barris

Após vários dias de árduas negociações, o acordo finalmente permitiu remover os últimos obstáculos para uma redução no suprimento de petróleo de 9,7 milhões de barris por dia, em maio e junho. Apesar da retomada dos preços do petróleo na Ásia, a medida não teve reflexo imediato nas bolsas de valores.

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega americano, Donald Trump, destacaram "a grande importância" do acordo.

“O grande acordo do petróleo da OPEP está feito e vai salvar centenas de milhares de empregos na área de energia nos Estados Unidos. Eu gostaria de agradecer e congratular o presidente Putin, da Rússia, e o rei Salman, da Arábia Saudita. Acabei de falar com eles do Salão Oval. Um grande acordo para todos", escreveu Donald Trump em sua conta no Twitter.

O Canadá também saudou o acordo da OPEP e de seus parceiros, descrevendo a queda projetada na produção como "boas notícias".

A ministra de Energia do México, Rocío Nahle García, também elogiou no Twitter o acordo "por unanimidade dos 23 países participantes".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na televisão que, com o acordo a partir de segunda-feira "os preços do petróleo se estabilizarão, o mercado do petróleo se estabilizará e servirá de base para a recuperação financeira, comercial e econômica" do mundo pós-pandemia.

Analistas estão cautelosos

Alguns analistas, contudo, permaneceram cautelosos, acreditando que essa redução na extração de petróleo não será capaz de eliminar o excedente estimado entre 15 e 30 milhões de barris por dia, no momento em que a crise do coronavírus diminui a demanda mundial.

"Este acordo é um pouco inferior ao que o mercado esperava", disse Andy Lipow, presidente da Lipow Oil Associates, em Houston, citado pela Bloomberg News. "A tarefa mais difícil está diante de nós, quando o mercado está muito cético quanto à capacidade da OPEP de implementar uma redução de 10 milhões de barris por dia", afirmou.

"Ainda há preocupações de que esse acordo chegue tarde demais e seja insuficiente para evitar uma queda nos preços nas próximas semanas, à medida que a capacidade de armazenamento diminui", disse Stephen Innes, da empresa de serviços financeiros Axicorp.

 

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