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Pandemia do coronavírus tem forte impacto no mercado mundial de café

Produtores e exportadores de café da América Latina, África e de outras regiões do mundo devem se adaptar à situação excepcional provocada pela pandemia da Covid-29. O cenário para o setor é cheio de incertezas. 

Uma mulher da comunidade de  Ngäbe Buglé durante colheita em Boquete, Panamá, em 23 de janeiro de  2020.
Uma mulher da comunidade de Ngäbe Buglé durante colheita em Boquete, Panamá, em 23 de janeiro de 2020. AFP
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Claire Fages, da redação da RFI

Para limitar a disseminação da Covid-19, as autoridades quenianas pediram à Bolsa de Café de Nairobi que suspendesse seus leilões. Esse é um dos vários distúrbios causados ​​pelo coronavírus a todo o setor cafeeiro mundial.

A Bolsa de Café de Nairobi interrompeu seu leilão eletrônico no meio de sua sessão em 31 de março, uma decisão das autoridades quenianas para impedir a propagação do vírus. Desde então, os 700.000 produtores estão preocupados com a comercialização de suas colheitas, a terceira maior fonte de receita de exportação do país.

O café queniano é um arábica de alta qualidade, destinado principalmente a torrefadores artesanais na Europa e nos Estados Unidos. É um nicho de mercado, com menos de 900.000 sacas de 60 quilos enviadas anualmente. Portanto, o impacto é mais local, no Quênia, do que internacional.

Honduras em quarentena em meio à colheita de café

No entanto, a indústria global de café continua a sofrer um grande impacto devido ao coronavírus. Honduras, o quarto maior exportador mundial, teve um período de confinamento de 15 dias no meio da colheita, assim como o Peru.

Na Índia, os embarques de café aguardam desesperadamente um selo do governo  para deixarem o porto de Bangalore. Os contêineres que ainda estão atracados na China desapareceram, os navios estão cancelando as escalas em Le Havre, na França, e não estão entregando café a tempo. E isso em um momento em que os consumidores estão correndo para garantir seus pacotes de café nas lojas, diante do receio de não ter o produto durante o confinamento. "O ritmo diminuiu um pouco, mas na França todo mundo comprou seu estoque de café", ironizou um comerciante.

Medo pelo Brasil, que não tomou medidas preventivas

A situação levou as grandes torrefadoras que fornecem a supermercados a comprar com antecedência de um mês suas compras de grãos. Essa corrida de curto prazo compensará o colapso do consumo de café fora de casa, já que bares, restaurantes e hotéis estão fechados? Nada indica isso. Os preços do arábica já caíram após uma forte recuperação desde o final de fevereiro.

O certo é que toda a indústria cafeeira precisa se adaptar a cada instante a um cenário de grandes pertubações. O grande temor para os próximos meses é que o Brasil, que iniciará a colheita, a maior de sua história segundo previsões, fique sem contêineres ou enfrente uma grande crise sanitária, uma vez que o governo do presidente Jair Bolsonaro não adotou medidas preventivas.

 

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