Queda brutal de Wall Street balança mercados asiáticos e europeus
Mais um dia de nervosismo nos mercados mundiais. Depois de uma queda brutal de Wall Street na noite de segunda-feira (5), as bolsas asiáticas seguiram a tendência do pregão de Nova York na manhã desta terça-feira (6) e fecharam no vermelho. Enquanto isso, os mercados europeus operam no negativo.
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A Bolsa de Valores de Tóquio encerrou o pregão em queda de 4,73% - poucas horas depois de uma baixa de 4,06% em Wall Street. O índice Nikkei, que durante o dia chegou a operar em queda de 7%, perdeu 1.071.84 pontos na sessão. Esta foi a queda mais expressiva do índice desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em 2016.
Já a Bolsa de Xangai, principal mercado da China continental, fechou em uma queda expressiva de de 3,35% nesta terça-feira. A Bolsa de Shenzhen, a segunda mais importante do país, registrou baixa de 4,44%, enquanto Hong Kong recuou 5%.
Bolsas europeias no vermelho
Depois da Ásia, a turbulência em Wall Street chegou também à Europa. Na manhã desta terça-feira, a Bolsa de Paris opera em -3,43%, Londres em -3,5%, Frankfurt a -3,58%, -3,3% em Madri e -3,6% em Amsterdã.
"A Europa está diante de uma onda vermelha depois do banho de sangue nos mercados americanos" e "menos de duas semanas após um pico histórico" alcançado por Wall Street, avalia Jasper Lawler, analista na London Capital Group.
A principal preocupação dos mercados europeus nesta manhã é se essa baixa é passageira ou se terá continuidade nos próximos dias. A previsão dos analistas é que a tendência seja registrada pelo menos até o final desta semana até se estabilizar.
O sentimento, no entanto, é que "a liquidez é abundante e os investidores devem julgar rapidamente que essa baixa é mais saudável do que prejudicial" aos mercados, avaliam os economistas da francesa Aurel BGC. "Se novos sinais confirmarem que a inflação se acelera realmente nos Estados Unidos, a volatilidade pode permanecer mais forte por um longo período", salientam.
Como explicar o fenômeno
O ano de 2018 começou bem para as bolsas mundiais, especialmente em Wall Street, que bateu uma série de recordes durante semanas. Mas a publicação, na última sexta-feira (2) do relatório mensal sobre o emprego nos Estados Unidos mudou repentinamente a situação. O documento, que destacava um aumento significativo dos salários do país em janeiro, teve um efeito devastador nos mercados ao provocar o temor de crescimento da inflação e, portanto, um aumento das taxas de juros mais rápida que o previsto.
A pressão sobre os juros, no entanto, acontece em um momento diferente das décadas de 70 e 80. Atualmente, a maioria dos países avançados estão fortemente endividados e os analistas ainda não conseguem prever se a inflação e os juros ficarão contidos, nem de que maneira os bancos centrais vão reagir caso percam o controle da pressão inflacionária.
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