Carrefour anuncia cortes de € 2 bi em todo o mundo e investimentos no Brasil
O Carrefour revelou nesta terça-feira (23), em Paris, um vasto plano de reestruturação que visa redinamizar as atividades do grupo francês, em queda nos últimos anos. Para se adaptar aos novos modos de produção e consumo. A empresa irá cortar € 2 bilhões em custos em todo o mundo a partir de 2020, mas ao mesmo tempo fará grandes investimentos no setor digital e uma parceria estratégica com a China.
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O anúncio foi feito pelo novo presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, durante coletiva à imprensa. As atividades do grupo na França serão as mais afetadas pelos cortes. A redução de custos anunciada supera a expectativa dos especialistas, que apostavam em € 1 bilhão de euros de economias.
Carrefour vai suprimir 2,4 mil vagas no país; fechar a sede francesa na periferia de Paris; ceder 273 supermercados da marca Dia e vender imóveis não estratégicos de um valor de € 500 milhões.
O objetivo do primeiro distribuidor europeu de alimentos é restaurar sua rentabilidade para poder investir na queda dos preços e em setores estratégicos.
Setor digital
O presidente Alexandre Bompard quer transformar o Carrefour em um ator de referência no setor digital, com investimentos de € 2,8 bilhões. A expectativa é que o e-comércio alimentar seja multiplicado por 6 e atinja € 5 bilhões daqui a 4 anos. A abertura do capital da filial chinesa do grupou ao gigante da internet chinês Tencent e a rede de supermercados Yonghui, integra essa estratégia de reconquista do mercado.
O setor convencional não fica de fora. O grupo prevê a abertura de dois mil mercados de bairro nos próximos 5 anos, principalmente nas grandes metrópoles europeias. No Brasil, o alvo de expansão é a rede Atacadão que ganhará 20 novos supermercados.
Reação positiva
O mercado reagiu positivamente ao anúncio do plano de reestruturação. As ações do Carrefour subiram 5,09% nessa manhã na Bolsa de Paris.
O crescimento do grupo francês foi quase dividido por dois em 2017, registrando 1,6%. Além do recuo das vendas nos supermercados franceses, que são responsáveis por 25% das vendas mundiais do Carrefour, a deflação no preço dos alimentos no Brasil, registrada no ano passado, também é apontada como responsável pelo mal desempenho.
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