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Europa/ deflação

Europa lança medidas para estimular inflação

O Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira (21) suas taxas historicamente baixas e o presidente do órgão disse estar determinado a usar "todos os instrumentos disponíveis" para estimular a demanda e, em consequência, os preços na zona euro. Desde o ano passado, a ameaça da deflação tem sido uma preocupação na Europa.

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, reagiur às críticas da Alemanha sobre a política econômica do BCE.
Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, reagiur às críticas da Alemanha sobre a política econômica do BCE. REUTERS/Yves Herman/Files
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"Se for necessário, usaremos todos os instrumentos disponíveis no nosso mandato", afirmou o presidente do BCE, Mario Draghi, em entrevista coletiva em Frankfurt, no momento em que a instituição monetária envia toda sua artilharia de medidas para promover a inflação na zona euro. Nesse sentido, em junho, o BCE começará a comprar títulos emitidos por empresas da zona euro, uma das iniciativas para estimular preços e a economia na região, segundo Draghi.

No mês passado, o BCE havia anunciado que estenderia seu amplo plano de compras da dívida, o "QE", aos títulos das empresas. Essa medida será aplicada a partir de junho, disse Mario Draghi, mas nem os bancos nem suas filiais poderão se beneficiar dela.

Depois da reunião habitual de política monetária, o Conselho de Governadores do BCE havia decidido, como se esperava, manter suas taxas de referência sem alterações. A principal taxa, termômetro do crédito na zona euro, continua em 0% desde o mês passado. Isso significa que pedir emprestado não custa nada – e também se traduz em os investimentos não gerarem ganhos, ou serem muito baixos.

Draghi responde duro à Alemanha

Nesta quinta-feira, Draghi também respondeu às críticas procedentes da Alemanha contra sua ação e defendeu a independência da instituição, lembrando que o Banco "obedece à lei, não aos políticos". "Temos como mandato conseguir a estabilidade de preços para toda a zona euro, não apenas para a Alemanha", rebateu Draghi.

"Nossas medidas funcionam, são eficazes. Deem-nos tempo para mostrar plenamente seus efeitos", garantiu o presidente do BCE. "Para colher plenamente os frutos das nossas medidas de política monetária, outras esferas de decisão devem contribuir de maneira mais firme, em nível nacional e em nível europeu", insistiu, de maneira mais veemente do que a habitual. O italiano argumentou que a política do BCE é "a única que apoia o crescimento há quatro anos", e condenou os governos por não terem lançado reformas estruturais neste período.

Recentemente, várias figuras políticas alemãs criticaram, às vezes de forma virulenta, o que consideram uma excessivamente flexível política monetária da instituição.

O influente ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, criticou duramente o BCE, acusando-o de favorecer o aumento de movimentos populistas.

Pacote de medidas

O BCE prometeu continuar sua política expansionista por vários anos. Penalizados pela queda do preço do petróleo, os preços foram bloqueados em março, depois de perderem 0,2% em fevereiro. O BCE quer uma "inflação perto, mas inferior a 2%".

Diante dessa situação, a instituição monetária europeia ampliou suas ações duas vezes, nos últimos cinco meses. No início de março, o banco reduziu o conjunto de suas taxas de referência a níveis historicamente baixos, divulgou um novo programa de programa de grandes empréstimos gratuitos aos bancos (TLTRO) e ampliou o "QE", seu vasto programa de compra da dívida pública e privada.

O objetivo dessas ações é fazer o dinheiro circular no bloco, estimular o crédito, os investimentos e o consumo. E, finalmente, fazer os preços decolarem.
 

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