Acessar o conteúdo principal
OMC

Azevêdo priorizará Rodada Doha e combate ao protecionismo

Nesta quarta-feira, em Genebra, o brasileiro Roberto Azevêdo deu sua primeira entrevista coletiva como diretor eleito da Organização Mundial do Comércio. No encontro com a imprensa, o diplomata de 55 anos se mostrou consciente dos desafios que tem de encarar. Ele admitiu que a OMC está travada por causa da Rodada Doha de liberalização do comércio, que já dura 13 anos, e foi além: disse que a Organização corre risco de acabar, caso o sistema não saia de sua paralisia. Azevêdo disse que o órgão está em estado crítico e espera encontrar o paciente com o coração ainda batendo quando assumir o posto.

Roberto Azevedo durante a coletiva de imprensa desta quarta-feira, 8 de maio
Roberto Azevedo durante a coletiva de imprensa desta quarta-feira, 8 de maio REUTERS/Valentin Flauraud
Publicidade

Por isso, ele estabeleceu a conclusão da Rodada Doha e a batalha contra o protecionismo como prioridades do mandato que começa no próximo dia 1° de setembro. Uma vez no cargo, o brasileiro terá apenas três meses até a Conferência ministerial da OMC em Bali, que vai tentar destravar as negociações sobre a liberalização do comércio, da agricultura e de uma série de questões de desenvolvimento. Um sucesso lá seria uma vitória inestimável para Azevêdo, para a diplomacia brasileira e, como ele próprio disse na coletiva, uma chance de tomar as primeiras medidas que podem salvar a OMC.

Aqui na Europa ainda paira uma desconfiança sobre como o novo diretor, que representou o Brasil no órgão desde 2008, vai lidar com a questão do protecionismo brasileiro. Ele garantiu que no novo cargo, não pretende defender a política econômica de tal ou tal país, mas combater o protecionismo como um todo. Trata-se de um problema que se generalizou no mundo depois crise de 2008, ele disse.

Apesar desta pequena ressalva, a indicação de Roberto Azevêdo foi bem recebida. A União Europeia e os Estados Unidos o parabenizaram hoje. O comissário europeu do Comércio, Karel de Gucht, disse que “uma OMC forte precisa de uma diretor-geral forte” e que o brasileiro tem todas as qualidades necessárias para tirar a Rodada de Doha do impasse.

Já o representante interino para o Comércio Exterior dos Estados Unidos Demetrios Marantis garantiu que seu país está satisfeito em se associar ao consenso obtido em torno do nome de Roberto Azevêdo. Os americanos estão ansiosos em trabalhar com o embaixador brasileiro para transformar a OMC em uma instituição "sólida" e "útil".

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.