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Chipre/ crise

Presidente do Chipre promete investigação sobre a crise até na própria família

O presidente do Chipre, Nicos Anastasiadis, assegurou nesta segunda-feira, 1º de abril, que a investigação dos escândalos relacionados à crise financeira na ilha alcançará todos os níveis, incluindo sua família. Anastasiadis planeja ainda revogar a proibição de cassinos e oferecer às empresas isenções de impostos sobre os lucros reinvestidos no país, como parte de um pacote de reformas para reanimar a economia.

Presidente do Chipre, Nicos Anastasiadis, também quer autorizar funcionamento de cassinos para aquecer a economia.
Presidente do Chipre, Nicos Anastasiadis, também quer autorizar funcionamento de cassinos para aquecer a economia. REUTERS/Bogdan Cristel
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Nos últimos dias, circularam rumores na imprensa sobre transferências bancárias realizadas por parentes de Anastasiadis, seu predecessor comunista, Demetris Christofias, e outras personalidades políticas. O governo nomeou na semana passada uma comissão de investigação composta por três ex-juízes da Suprema Corte que deverão determinar as responsabilidades - incluindo penais - na crise, e detectar eventuais delitos de informação privilegiada e favoritismos.

"Eu quero ressaltar o fato de que, após a tomada de posse amanhã (terça-feira), esses três juízes receberão um mandato para investigar tudo o que pode estar ligado a minha pessoa, incluindo meus parentes", disse Anastasiadis.

À beira da falência, o Chipre conseguiu em 25 de março um resgate internacional de 10 bilhões de euros, em troca de uma reestruturação de seu sistema bancário. O plano estipula que as economias acima de 100 mil euros, depositadas nos dois maiores bancos do país, o Bank of Cyprus e Laiki Bank, serão parcialmente confiscadas.

Estas perdas massivas, que afetam principalmente as empresas e ameaçam ter consequências dramáticas para a economia, alimentam uma reprovação popular contra qualquer um que possa ter se beneficiado de privilégios. As acusações da imprensa evocam montantes significativos transferidos dos dois bancos para o exterior, pouco antes da eclosão da crise.

A comissão, que funcionará durante três meses - com a possibilidade de prolongar seus trabalhos por mais três -, deve investigar também uma lista entregue pela imprensa grega com o nome de personalidades políticas e alguns de seus parentes que tiveram dívidas quitadas pelos bancos, em um total que ultrapassa milhões de euros nos últimos cinco anos.

Cassinos

O Chipre planeja revogar uma proibição a cassinos e oferecer às empresas isenções de impostos sobre os lucros reinvestidos na ilha, como parte de um pacote de reformas para reanimar sua economia, afirmou nesta segunda-feira o presidente do país. Nichos Anastasiades, que falou aos ministros sobre a economia durante uma reunião informal, disse que o plano de crescimento será apresentado ao gabinete para aprovação dentro dos próximos 15 dias.

O programa inclui medidas para atrair investimento estrangeiro à ilha e a redução dos termos de pagamentos e das taxas de juros sobre empréstimos. Com cerca de 68 bilhões de euros em seus bancos, o Chipre tem um vasto sistema financeiro que atraiu correntistas do exterior, especialmente da Rússia.

Em uma tentativa de atrair mais turistas para o sul da ilha, o país também quer acabar com a proibição a cassinos, que até agora são legais apenas no norte do país, controlado pela Turquia.
 

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