Acusada de fraude, Argentina corre o risco de ser expulsa do FMI

O Fundo Monetário Internacional lançou um processo de visando sanções contra a Argentina, que teria fornecido estatísticas falsas sobre a situação da economia do país. A “declaração de censura” do FMI pode resultar na expulsão dos argentinos da instituição. Essa é a primeira vez não história do Fundo que esse procedimento é lançado por causa de fraude.

A chefe do FMI, Christine Lagarde, pode excluir a Argentina da instituição. REUTERS/Pascal Lauener

Em um comunicado divulgado nessa sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que as autoridades argentinas forneceram informações incorretas sobre os dados do crescimento e da inflação do país. “O conselho de administração pede que a Argentina adote imediatamente medidas para corrigir esses erros” sobre suas estatísticas, pode-se ler no texto divulgado pela instituição, que dá um prazo até setembro para que a situação seja resolvida.

O FMI lançou uma “declaração de censura”, um procedimento raro, que pode privar Buenos Aires do acesso aos recursos do Fundo. A próxima etapa seria a perda do direito de voto na instituição e a última sanção seria a exclusão total.

A Argentina, que mantém uma relação difícil com o FMI desde sua falência em 2001, é acusada de ter apresentado estatísticas sobre sua inflação menores que a realidade. Em 2011 os números oficiais de Buenos Aires anunciavam uma inflação de 9,5%, mas organismos privados estimam que esse número poderia ter sido bem maior e alcançado 23%.

Essa é a primeira vez na história do Fundo, criado em 1944, que uma declaração de censura é pronunciada por problemas ligados às estatísticas. A República Tcheca é até hoje o único país excluído da instituição, em meados dos anos 50. Mas na época, a nação ainda estava sob o regime soviético e foi submetida a um procedimento diferente.