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Crise/Imigração

Imigrantes são os mais afetados pela crise nos países da OCDE

A crise econômica atingiu de maneira mais dura os imigrantes que as populações nacionais, sobretudo nos países mais afetados: Irlanda, Espanha ou Itália, segundo um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) publicado nesta segunda-feira em Paris.

Imigrantes esperando para regularizar seus documentos na cidade de Granada, na Espanha.
Imigrantes esperando para regularizar seus documentos na cidade de Granada, na Espanha. Reuters/Pepe Marin/Files
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Nesses países, que haviam registrado recentemente um grande movimento de entrada de imigrantes em busca de trabalho, "os imigrantes foram afetados de maneira desproporcionada pelo desemprego".

A pesquisa da OCDE sobre a integração dos imigrantes conclui que "isso se deve em parte pelo fato de que eles são mais representados nos setores duramente atingidos pela crise e nos grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho, como os jovens e as pessoas pouco educadas".

Mas os estrangeiros instalados em outros países da OCDE não foram poupados. No total, o índice de desemprego médio dos imigrantes subiu para 11,9% em 2010, com uma progressão em dez anos (+ 2,7 pontos) muito mais rápida que para a população autóctona (+1 ponto).

No mesmo período, a crise empurrou os habitantes dos países mais pobres para as 34 nações ricas que compõem a entidade. Em dez anos, o número de estrangeiros instalados na OCDE aumentou em um terço, passando para 110 milhões, ou seja 9% da população total.

Um terço desses estrangeiros vivem nos Estados Unidos, e dez por cento deles na Alemanha. Proporcionalmente, eles são mais numerosos no Luxemburgo (38%), na Austrália, na Suíça e em Israel (26%).

"Primeira comparação realizada no conjunto dos países da OCDE", esse relatório elogia a Alemanha, a Dinamarca, a Finlândia e a Suécia, que apesar da crise "realizaram grandes esforços para integrar os imigrantes no mercado de trabalho nos últimos anos".

Linha da pobreza

O estudo também indicou que em 2008 a OCDE tinha 11,3 milhões de pessoas com idades de 15 a 34 anos filhas de pais imigrantes, ou seja, 5,4% da população total. Os maiores efetivos estão nos Estados Unidos (5 milhões), na França e na Alemanha (1,3 milhão cada).

Na França, na Holanda e nos Estados Unidos, mais de 70% dos imigrantes estão instalados há mais de dez anos. No sul da Europa, os imigrantes chegaram muito mais recentemente.

60% dos imigrantes da OCDE vivem nas áreas mais urbanizadas, contra 44% das populações nacionais. Quase uma pessoa em cada quatro vivendo em um alojamento de má qualidade ou superlotado é membro de uma família imigrante. Essa porcentagem é particularmente alta no Luxemburgo (61%) e na Áustria (40%).

Em todos os países da OCDE, o índice de pobreza é superior para os imigrantes. 17,3% deles vivem abaixo da linha da pobreza, contra 8,7% dos autóctonos.

Cerca de 14% dos imigrantes da OCDE declaram ter sido vítimas de discriminação, assim como 23% dos descendentes de imigrantes.

Desde 2000, mais de 19 milhões de pessoas foram naturalizadas na zona OCDE, metade das quais nos Estados Unidos.

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