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G20/Cannes

G20 aumenta vigilância de 29 bancos em situação de risco

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, apresentou as principais conclusões da cúpula de líderes do G20 encerrada nesta sexta-feira em Cannes, no sul da França. O grupo decidiu reforçar a vigilância de 29 bancos que representam hoje uma ameaça de crise sistêmica no sistema bancário mundial. Esses bancos ficarão sob a vigilância do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e terão de reforçar seu capital. 

O presidente Nicolas Sarkozy durante a entrevista coletiva de encerramento do G20 em Cannes.
O presidente Nicolas Sarkozy durante a entrevista coletiva de encerramento do G20 em Cannes. REUTERS
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Uma das principais decisões do G20 de Cannes foi endossar uma proposta aprovada pelos ministros das Finanças do grupo, no mês passado em Paris, de exigir que os maiores bancos do mundo tenham um colchão de capital adicional de seus ativos, para proteger os contribuintes de futuros resgates públicos a essas instituições. 

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB na sigla em inglês) exercerá uma vigilância reforçada de 29 bancos, que deverão aumentar seu capital numa proporção que varia de 1% a 2,5% de seus ativos. O reforço será gradual e deverá estar concluído em 2019. Quatro bancos franceses estão na lista: BPCE, BNP Paribas, Crédit Agricole e Société Générale. Os alemães Deutsche Bank e Commerzbank, assim como o espanhol Santander e o americano Citigroup também figuram na lista. 

Os outros bancos que devem reforçar seu capital são: Bank of America, Bank of China, Bank of New York Mellon, Barclays, Crédit Suisse, Dexia, Goldman Sachs, HSBC, ING Bank, JP Morgan Chase, Lloyds Banking, Group Mitsubishi UFJ FG, Mizuho FG, Morgan Stanley, Nordea, Royal Bank of Scotland, State Street, Sumitomo Mitsui FG, UBS, Unicredit Group e Wells Fargo.

O presidente do Banco Central do Canadá, Mark Carney, foi nomeado na direção do FSB no lugar de Mario Draghi, que deixou a chefia da organização para presidir o Banco Central Europeu (BCE). O FSB é composto pelos bancos centrais, ministérios e reguladores de 24 países, assim como o FMI, a Comissão Europeia, o Banco Mundial e o BCE.

Paraísos fiscais ameaçados de isolamento

Os líderes do G20 também voltaram à carga contra 11 paraísos fiscais, que deverão rever suas práticas sob o risco de se verem isolados. "Nós não queremos mais saber de paraísos fiscais e os países que continuarem praticando a dissimulação financeira serão isolados na comunidade internacional", declarou o presidente Nicolas Sarkozy na entrevista coletiva de encerramento da cúpula. 

O presidente francês citou nominalmente os paraísos fiscais que ainda não se dotaram de mecanismos jurídicos de troca de informações fiscais: Antígua-e-Barbuda, Barbados, Botsuana, Brunei, Panamá, Seychelles, Trinidad-e-Tobago, Uruguai, Vanuatu, Suíça e Liechtenstein. Sarkozy disse que a cada reunião do G20 será publicada uma lista de países com "comportamento inadmissível".

Taxa sobre transações financeiras

Sarkozy disse esperar que a União Europeia adote em 2012 a taxa sobre as transações financeiras destinada a financiar o desenvolvimento nos países pobres. Os Estados Unidos são reticentes à proposta. A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil não se opõe à taxa, mas uma condição para aplicá-la é que todos os países adotem o projeto.

O G20 adiou para fevereiro a decisão sobre os mecanismos de reforço do Fundo Monetário Internacional, a fim de ajudar os países endividados. A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não vai contribuir diretamente com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, comprando títulos das dívidas soberanas. Dilma só concorda em ajudar a zona do euro a superar a crise através do FMI.

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