Plano austeridade francês vai taxar os mais ricos
O governo deve anunciar na tarde desta quarta-feira um novo plano econômico para enxugar o orçamento e garantir que a França continue cotada com seu triplo “A”. Como seus vizinhos europeus, agora é a vez dos franceses economizarem. São necessários entre 4 e 10 bilhões de euros de economias e receitas suplementares para reduzir o déficit público a 5,7 % do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e a 4,6% em 2012. Esta é a condição para que o país respeite seus compromissos financeiros internacionais.
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O primeiro-ministro francês, François Fillon, vai atacar os chamados “nichos fiscais”. Ele deve suprimir impostos sobre as horas extras, reduzir o incentivo fiscal para proprietários que alugam seus imóveis e ainda aumentar as taxas sobre os que têm renda anual superior a 1 milhão de euros, o equivalente a 2,3 milhões de reais, atingindo apenas cerca de 30 mil pessoas entre os 65 milhões de franceses.
Esta última medida ganhou um apoio de peso, 16 grandes fortunas francesas, como Liliane Bettencourt do grupo L'Oréal, já manifestaram solidariedade com a iniciativa, que ainda precisa ser oficializada pelo governo. De acordo com uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) publicada essa semana, 95% dos franceses apoiam as taxas sobre os salários altos. A candidata socialista à presidência, Ségolène Royal, estima que os ricos da França devem reembolsar as somas arrecadadas com a proteção fiscal que tiveram nos últimos nos.
O plano de austeridade acontece a oito meses das eleições presidenciais francesas. Esse ano, o índice de crescimento do país deve ficar abaixo de 2%.
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