Organização Mundial do Comércio admite paralisia da rodada Doha
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, admitiu, nesta terça-feira, que a rodada Doha de liberalização do comércio mundial se encontra em uma situação de paralisia. Segundo ele, os países membros da OMC não conseguiram aparar as divergências e devem, hoje, pensar nas consequências dessa situação para o futuro da instituição.
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"O que vemos hoje é a paralisia da negociação, tanto sobre questões de acesso ao mercado, quanto sobre as regras para a tomada de decisões. Estamos diante da dificuldade da OMC em conseguir se adaptar e se ajustar às novas prioridades do comércio mundial", disse
Em Genebra, Lamy insistiu que a multiplicação de acordos bilaterais não pode resolver todas as "novas" demandas e exigências comércio mundial.
Lançado em 2001, na capital do Catar, as negociações para a liberalização do comércio mundial estão paralisadas em função das divergências entre países desenvolvidos e emergentes sobre reduções tarifárias para produtos industriais e corte de subvenções agrícolas.
Com o impasse, os estados membros da OMC tentaram relançar as negociações a partir de um acordo mínimo, chamado "LDC +" que se concentrava, principalmente, em questões consideradas urgentes para favorecer os países mais pobres, o grupo chamado LDC.
Mas mesmo esse acordo mínimo está agora ameaçado e fadado ao fracasso, como deu a entender o diretor-geral da OMC. Pascal Lamy pediu aos 153 países membros da Organização que pensem com seriedade em uma maneira de salvar a rodada Doha. "A paralisia pode prejudicar outras realizações da OMC, como a resolução de contenciosos ou ainda à ajuda ao comércio", disse.
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