França quer promover a prática do "escritório em casa"

A França quer recuperar o atraso e promover o trabalho em casa, o chamado home office, que já é uma realidade em países do norte da Europa e nos Estados Unidos. Enquanto o home office ultrapassa 30% na Finlândia e chega a 18% na Suíça e nos Estados Unidos, na França, o índice de pessoas que trabalha um ou dois dias por semana em casa é de somente 9%.

Na França, 9% dos trabalhadores praticam o "home office". Flickr/Renaud Camus

Segundo os defensores da ideia, o home office tem inúmeras vantagens. Para o trabalhador, reduz o stress e o tempo de transporte, permite ganhar em eficiência e de melhor conciliar a vida profissional e pessoal. Para as empresas, reduz despesas e espaço, além de permitir ganhos de produtividade. Outra vantagem é que tanto a empresa quanto o trabalhador podem se adaptar melhor aos horários dos clientes.

Consciente dessas vantagens, o ministro francês da Indústria, Eric Besson, lançou um estudo sobre a prática do home office nas empresas francesas. O objetivo do governo é identificar as melhores práticas e fatores de sucesso para favorecer a difusão do home office na França. Os resultados serão divulgados no final deste ano. No setor público, uma negociação sobre o tema deve ser iniciada ainda em 2011.

Na França, empresas como Renault, Alcatel-Lucent, Dassault, EDF, France Telecom e Microsofit já introduziram, de maneira voluntária, experiências piloto de home office. A seguradora AXA, por exemplo, conta atualmente com 76 trabalhadores que trabalham de casa e o objetivo é chegar a 200 até o final do ano que vem.

Mas muitas empresas ainda se mostram reticentes e temem, principalmente, problemas jurídicos e sindicais. A maior parte do empresariado também parece privilegiar a presença física do empregado ao invés dos resultados. Outro problema levantado é que, com os empregados ausentes, os gerentes e chefes de equipe podem ter a impressão de que perdem parte de suas funções e de seu poder.