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Seminário em Paris

Mantega reconhece que real forte é realidade para economia do Brasil

A valorização do real não é mais encarada como uma situação transitória nem pelo governo nem pelo empresariado brasileiro. Ontem, em Paris, durante um seminário sobre o Brasil realizado pela revista britânica The Economist, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o Brasil "não pode mais ter o raciocínio de uma economia fraca, com uma moeda fraca".

O ministro da Fazenda , Guido Mantega, participou de seminário sobre o Brasil, realizado, em Paris,  pela revista britânica The Economist.
O ministro da Fazenda , Guido Mantega, participou de seminário sobre o Brasil, realizado, em Paris, pela revista britânica The Economist. Reuters
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Embora reconheça que parte da valorização do real se deve à nova conjuntura econômica brasileira, Mantega insistiu que é necessário evitar o excesso de valorização do real, “que tira a competitividade dos produtos brasileiros”. Voltou a dizer que o governo vai tomar novas medidas para conter a valorização da moeda, mas não quis antecipar quais seriam elas.

"O que temos que evitar é o excesso de valorização, que tira nossa competitividade. O cenário é muito desfavorável por causa das políticas monetárias expansionistas dos países avançados", disse em referência às recentes injeções de moeda do governo norte-americano, o que, segundo o Brasil, contribui para manter o dólar fraco.

Em palestra a empresários durante o seminário em Paris, Mantega traçou um cenário otimista do panorama econômico brasileiro. Disse que o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos, um mercado interno forte, um nível de crédito que cresce de maneira sustentável e insistiu que não há bolhas na economia brasileira. Sustentou que a inflação no Brasil está sob controle, que a economia brasileira não está superaquecida e que o problema está no "subaquecimento" das economias avançadas.

"São as economias avançadas que estão subaquecidas. As economias avançadas e os organismos internacionais deveriam agradecer aos emergentes por terem mantido um nível mais elevado de crescimento, pois ajuda a aliviar a situação das economias avançadas », disse.

Guido Mantega também admitiu que o controle da inflação é uma preocupação permanente do governo brasileiro, mas afirmou que a situação está sob controle. «Não deixaremos, sob nenhuma circunstância, a inflação se elevar. Ela está caindo no Brasil. Vamos cumprir a meta estabelecida para esse ano e para os próximos anos » , explicou.

O ministro brasileiro também voltou a criticar a chamada "guerra cambial" , citando a política monetária expansionista nortre-americana, que contribuiu para um dólar fraco, e a China, que mantém desvalorizada artificialmente sua moeda.

O ministro Fernando Pimentel, que também participou do seminário, em Paris, teve encontros bilaterais com o conselheiro do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e com o ministro francês das Finanças, François Baroin. Segundo ele, o tema da possível participação do BNDES na fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar não foi abordado pelo governo francês.

Mas o diretor-executivo do BNDES, Luiz Eduardo Melin, que proferiu palestra durante o evento, comentou a possível participação do banco no projeto, estimando que havia “mais fumaça do que fogo” na repercussão do caso. Ele negou que haja inteferência do governo e disse que o BNDES tem mandato para avaliar um plano quando procuado de maneira formal por um grupo.

Melin voltou a afirmar, entretanto, que uma das condições para participação do BNDES é que haja acordo entre os acionistas do grupo Pão de Açúcar. O francês Casino, que detém pouco mais de 43% das ações do grupo varejista brasileiro, tem denunciado uma ação ilegal do empresário Abílio Diniz e diz que pode barrar o projeto de fusão.

 

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